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A Editorial Sul
| 4 de dezembro de 2024
Pesquisa foi realizada pela UFPel com apoio da organização Umane
Foto: Freepik
(Foto: Freepik)
A cada ano, 11.607 nascimentos são consequência da violência sexual cometida contra meninas menores de 14 anos no Brasil. A Lei nº 12.015/2009 determina que esse tipo de violação configura estupro de pessoa vulnerável e prevê pena de dois a cinco anos de prisão.
Um levantamento realizado pelo Centro Internacional de Equidade em Saúde da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), com apoio da organização Umane, verificou mais de 1 milhão de nascimentos no Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos) de 2020 a 2022 e constatou que 40 % das meninas nesta faixa etária começaram a fazer pré-natal após os primeiros três meses de gravidez.
O pré-natal é um conjunto de medidas capazes de reduzir os riscos à saúde da mãe e do bebê. Esse acompanhamento inclui a atualização vacinal da gestante, a realização de exames laboratoriais, como sangue, fezes e urina, e exames de imagem, como ultrassonografia.
Com o objetivo de comparar proporções e mostrar que quanto mais jovens as mães, menor acesso elas têm a esse serviço de saúde, o estudo destaca que o percentual de adolescentes até 19 anos que fizeram pré-natal no primeiro trimestre de gestação é de 30%.
A pesquisa é a primeira a cruzar a faixa etária com dados de início do acompanhamento da gravidez em adolescentes.
Disparidades entre regiões
Os autores que conduziram as análises destacam as disparidades entre as regiões do país. No Norte, quase metade das meninas com menos de 14 anos teve possibilidade de fazer pré-natal após três meses de gravidez. No Sudeste, o percentual cai para 33%.
As meninas indígenas, principalmente as do Norte e Centro-Oeste, formam o grupo com maior número de casos de atraso pré-natal. No total, 49% delas tiveram essa experiência, contra 34% das meninas brancas.
Em relação à escolaridade, o que se identifica é que quanto menor o tempo de escolaridade formal, maior a chance de o pré-natal ser adiado. Quando as raparigas frequentam a escola há menos de quatro anos, tendem a ter menos apoio (49%).
Outro aspecto especialmente relevante na situação actual do país, como apontam os autores do estudo, é o facto de uma em cada sete adolescentes (14%) ter iniciado o acompanhamento após as 22 semanas de gravidez.
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Brasil registra mais de 11 mil nascimentos por ano decorrentes de violência sexual contra menores de 14 anos
04/12/2024
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