Brasil deixa plenário antes de primeiro-ministro de Israel discursar na Assembleia Geral da ONU

Brasil deixa plenário antes de primeiro-ministro de Israel discursar na Assembleia Geral da ONU


O ato da diplomacia brasileira foi anterior à retirada em massa de outras delegações.

Foto: Reprodução de vídeo

O ato da diplomacia brasileira foi anterior à retirada em massa de outras delegações. (Foto: Reprodução de vídeo)

Por determinação do Itamaraty, a Missão Brasileira na Organização das Nações Unidas (ONU) não acompanhou o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante a Assembleia Geral da ONU.

A delegação brasileira, segundo fontes diplomáticas e da Missão Brasileira na ONU, partiu antes da chamada de Netanyahu, como forma de protesto. Israel trava uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza há quase um ano e, desde a semana passada, começou a bombardear o Líbano em conflitos contra o Hezbollah.

O ato da diplomacia brasileira foi anterior à retirada em massa de outras delegações, principalmente de países árabes, quando Netanyahu foi convocado pelo presidente da sessão.

A intenção, segundo as fontes, era fazer uma saída discreta, o que, na diplomacia, é um ato de protesto moderado contra um país – neste caso, Israel.

Na quinta-feira (26), a delegação brasileira assistiu ao discurso do presidente da Autoridade Palestina (ANP), Mahmoud Abbas —A Palestina é reconhecida como Estado pela organização e pelos 142 países que compõem a ONU, incluindo o Brasil.

Discurso

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta sexta-feira (27) que Israel está vencendo a guerra e busca a paz, mas que enfrentará inimigos como o Irã até o fim.

“Não há nenhum lugar no Irão que Israel não possa alcançar”, disse o líder israelita, num discurso na Assembleia Geral da ONU.

O discurso do primeiro-ministro de Israel, atualmente em guerra na Faixa de Gaza e no Líbano, foi um dos mais esperados na Assembleia Geral, onde discursam líderes dos 193 países da ONU. Quando foi convocado para a sessão, dezenas de membros da delegação deixaram o plenário da ONU e houve aplausos e vaias. O presidente da sessão teve que pedir silêncio.

O primeiro-ministro disse querer “a bênção de uma reconciliação histórica entre árabes e judeus”, mas indicou que continuaria com os bombardeamentos no Líbano. “Enquanto o Hezbollah escolher o caminho da guerra, Israel não terá outra opção”, disse ele.

Israel bombardeia áreas do Líbano há uma semana, numa nova página do conflito no Médio Oriente que já deixou mais de 700 mortos. O governo israelense afirma que o alvo é o Hezbollah, grupo extremista financiado pelo Irã que nasceu no Líbano com o objetivo de lutar contra Israel.