Brasil abre 106.625 postos de trabalho em novembro, 12% a menos que no ano passado

Brasil abre 106.625 postos de trabalho em novembro, 12% a menos que no ano passado


O resultado ficou abaixo das expectativas. Os economistas esperavam 125 mil vagas de emprego em novembro.

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O resultado ficou abaixo das expectativas. Os economistas esperavam 125 mil vagas de emprego em novembro. (Foto: ABr)

O Ministério do Trabalho e Emprego anunciou esta semana que foram criadas 106.625 vagas formais de emprego em novembro, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O resultado é a diferença entre o número de contratações e o número de demissões.

No total, foram 1.978.371 admissões e 1.871.746 desligamentos no mês. Houve saldo positivo nos setores de comércio (+94.572 empregos) e serviços (+67.717). Agropecuária (-18.887), indústria (-6.678) e construção (-30.091) apresentaram resultados negativos.

O resultado ficou abaixo das expectativas. Os economistas esperavam 125 mil vagas de emprego em novembro. O número de empregos criados também foi 12% inferior ao registado no mesmo período do ano passado, quando foram criados 121.366 postos de trabalho.

Na comparação com outubro, os dados de novembro representam uma queda de 19,3%. No mês anterior, foram criadas 187.070 vagas formais de emprego. Este ano, entre janeiro e novembro, o saldo foi de 2.224.102 empregos.

Nos últimos 12 meses, entre dezembro de 2023 e novembro deste ano, foram abertas 1.772.862 vagas, número 22,2% superior ao observado no período de dezembro de 2022 a novembro de 2023. Desde setembro, que teve saldo positivo de 252 mil vagas , o Caged registrou desaceleração no ritmo de criação de empregos. Em outubro houve queda de 47,2% em relação a setembro, enquanto novembro registrou saldo 19% inferior ao mês anterior.

Segundo o secretário executivo do Ministério do Trabalho, Francisco Macena, este é um comportamento natural do mercado de trabalho, que costuma registar mais demissões no final do ano com a rescisão dos contratos temporários. Ele também atribuiu a desaceleração ao aumento da taxa básica de juros, a Selic.

“No terceiro trimestre fica claro que houve uma desaceleração quando você fala com os setores da indústria, os investimentos diminuíram. Isto tem a ver com as expectativas económicas, isto está totalmente relacionado, com a taxa de juro por exemplo”, disse em conferência de imprensa, e acrescentou: “O que temos ouvido dos sectores é uma espera um pouco mais longa pela forma como vai ser definido este estrutura para definir novos investimentos.”

Para o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, o resultado de novembro ficou um pouco abaixo do esperado, mas o cenário já apontava para estagnação no mercado de trabalho.

“O resultado de novembro confirma nossa expectativa de acomodação na margem de ocupação, fruto da contínua desaceleração da atividade. Para dezembro, esperamos um saldo negativo em torno de 500 mil vagas de emprego devido a fatores sazonais. Mesmo assim, devemos fechar o ano de 2024 com uma criação líquida de mais de 1,6 milhão de empregos”, avalia.

Dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (27) mostram que ao mesmo tempo em que há desaceleração na criação de empregos, o país também registra 6,1% de desemprego em novembro, patamar já registrado pela pesquisa do instituto, iniciada em 2012. .

O salário médio real na contratação, em novembro, foi de R$ 2.152,89, R$ 7,40 menor que em outubro, representando uma redução de aproximadamente 0,34%. Os estados que registraram os maiores saldos positivos foram São Paulo (+38.562), Rio de Janeiro (+13.810) e Rio Grande do Sul. Enquanto isso, os que tiveram os menores saldos foram Piauí (-1.378), Goiás (-3.145) e Mato Grosso (-7.852). As informações são do portal de notícias O Globo.