Bolsonaro rompe silêncio e questiona prisão de Braga Netto

Bolsonaro rompe silêncio e questiona prisão de Braga Netto


O ex-presidente virou alvo dos seguidores de Bolsonaro, que pressionavam por um posicionamento. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Depois de passar o dia em silêncio sobre a prisão do general Walter Braga Netto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes na noite de sábado (14) para abordar o assunto.

Mais de 12 horas depois de seu ex-ministro e também seu vice na chapa 2022 ter sido alvo de ação da Polícia Federal em casa, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, Bolsonaro postou, sem citar o nome do militar: “A prisão do em geral. Há mais de 10 dias o ‘Inquérito’ foi concluído pela Polícia Federal, indiciando 37 pessoas e encaminhando ao Ministério Público”, escreveu, que depois questionou. “Como alguém hoje pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?” ele acrescentou.

Ao longo do sábado, ele e outros integrantes de seu círculo chamaram a atenção por não postarem comentários sobre o caso. O ex-presidente chegou a ser alvo de seguidores bolsonaristas, que pressionavam por um posicionamento. Braga Netto é apontado como o mandante da trama golpista para manter Bolsonaro no poder após sua derrota para Lula (PT), em 2022.

Sua prisão preventiva foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Polícia Federal, o general da reserva teria agido para obter informações sigilosas do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de campo de Bolsonaro, e dificultar as investigações.

Indicado pela PF no final de novembro junto com o ex-presidente, Cid e outros ex-ministros e militares, Braga Netto está preso na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O general mora em Copacabana desde que deixou Brasília, ao final do mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele é general reformado do Exército, ex-ministro da Casa Civil e Defesa do governo Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa com ele, que perdeu as eleições de 2022.

Em novembro, a Polícia Federal indiciou Braga Netto, Bolsonaro e outros nomes do governo anterior por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. No dia 8 de janeiro de 2023, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram os prédios do Congresso, do Judiciário e do Executivo em Brasília. Na época, após ser indiciado, Braga Netto disse que “nunca foi golpe”.

Defesa

Em nota, a defesa de Braga Netto afirmou que provará que o ex-ministro não agiu para obstruir as investigações do inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022.