Bolsonaro quer ir à posse de Trump e vai pedir pela quarta vez ao Supremo a liberação do seu passaporte

Bolsonaro quer ir à posse de Trump e vai pedir pela quarta vez ao Supremo a liberação do seu passaporte


O passaporte de Bolsonaro foi confiscado em fevereiro, durante a Operação Tempus Veritatis. (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem falado em comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. No entanto, seu passaporte está retido e ele está proibido de sair do país por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele já teve três pedidos de viagem negados por Moraes, o último deles foi para visitar a casa de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, para acompanhar a contagem eleitoral. Em sua quarta tentativa, porém, Bolsonaro acredita que terá uma resposta diferente do ministro.

“Se Trump me convidar, vou peticionar ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral]ao STF. Agora, com todo o respeito, o homem mais forte do mundo… você acha que ele vai convidar o Lula? Talvez protocolicamente”, disse Bolsonaro.

O passaporte de Bolsonaro foi confiscado em fevereiro, durante a Operação Tempus Veritatis, que investiga a existência de uma organização criminosa responsável por atuar em uma tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito após as eleições de 2022.

Para recuperar o documento, a defesa deverá solicitá-lo ao STF, o que já foi tentado — e negado — em outras ocasiões. Em março, o ex-presidente pediu que o documento viajasse para Israel, onde visitaria o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Moraes argumentou que, como a investigação ainda está em andamento, seria “absolutamente prematuro” flexibilizar a restrição.

O pedido foi feito no mesmo dia em que o jornal The New Tork Times revelou que o ex-presidente havia passado duas noites na Embaixada da Hungria em Brasília logo após a operação da Polícia Federal que confiscou os documentos, o que levantou suspeitas de que ele poderia ter buscas políticas. asilo para evitar uma possível prisão.

O último pedido ao STF foi no dia 20 de outubro. Na petição, a defesa argumentou que “não foram apresentadas provas que justifiquem a alegação de risco de fuga” e que a proibição de saída do país é “desprovida de fundamentação idónea, concreta, específica e individualizada”.

Moraes negou, afirmando que a retenção do documento continua necessária porque o desenrolar dos acontecimentos já demonstrou a possibilidade de tentativa de fuga. Para o ministro, a Polícia Federal apresentou “provas robustas de que os investigados participaram do processo de planejamento e execução de um golpe de Estado, que não foi consumado por circunstâncias alheias ao seu controle”.

O mesmo acórdão manteve a proibição de contacto entre o ex-presidente e outros sob investigação. A posição do desembargador foi corroborada por seus colegas da Primeira Turma, responsável por avaliar recursos sobre a matéria na Corte.

Verdadeiro guerreiro

Na madrugada desta quarta-feira (6), Bolsonaro publicou um vídeo em suas redes sociais parabenizando o americano pela vitória. “Testemunhamos o ressurgimento de um verdadeiro guerreiro”, disse o ex-presidente em postagem publicada no X (antigo Twitter).

“Que a vitória de Trump inspire o Brasil a seguir o mesmo caminho”, acrescentou Bolsonaro. No texto, o ex-presidente disse ainda que o triunfo do republicano “marca não apenas o seu retorno à Casa Branca, mas também o triunfo da vontade popular sobre os desígnios arrogantes de alguns que desprezam os nossos valores, as nossas crenças e as nossas tradições”. .

Inelegível por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro também vinculou a vitória de Trump nas urnas ao seu futuro político no país. “Talvez em breve Deus também nos dê a chance de cumprir nossa missão com dignidade e nos devolver tudo o que nos foi tirado. Talvez tenhamos uma nova oportunidade de restaurar o Brasil como uma terra de liberdade, onde o povo é dono do seu próprio destino”, disse.

Parlamentares de Bolsonaro, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, estão nos Estados Unidos como observadores da eleição. Eles acreditam que o retorno de Trump à Casa Branca fortalecerá a direita no Brasil.