Bolsonaro, PCO e Daniel Silveira: veja investigados no inquérito das fake news relatado por Alexandre de Moraes

Bolsonaro, PCO e Daniel Silveira: veja investigados no inquérito das fake news relatado por Alexandre de Moraes


O gabinete do ministro do STF determinou que o órgão do TSE produza relatórios para respaldar as decisões do próprio magistrado.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O gabinete do ministro do STF determinou que o órgão do TSE produza relatórios para respaldar as decisões do próprio magistrado. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O inquérito das fake news foi aberto de ofício em março de 2019 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para apurar “notícias fraudulentas, denúncias caluniosas, ameaças e infrações” contra a Corte. Relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, escolhido sem empate, o inquérito segue aberto e atingiu ao longo dos anos Jair Bolsonaro (PL), deputados, empresários e blogueiros – quase sempre ligados ao ex-presidente – e até mesmo o Partido da Causa dos Trabalhadores (PCO).

Mensagens e diálogos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo e publicados nesta terça-feira (13), porém, mostram que o gabinete de Moraes no STF determinou, oficiosamente, que o setor de combate à desinformação (TSE) do Tribunal Superior Eleitoral produzisse relatórios para alimentar o investigação de fake news e apoiar decisões do próprio ministro contra os bolsonaristas.

Em nota, a assessoria de Moraes afirmou que, durante as investigações, fez solicitações a diversos órgãos, inclusive ao TSE. Segundo o magistrado, todas as ações foram realizadas de acordo com a regulamentação.

A reportagem da Folha cita dois casos em que foram solicitadas reportagens: o do blogueiro Paulo Figueiredo Filho e do comentarista Rodrigo Constantino. Segundo o jornal, os documentos continham publicações de ambos nas redes sociais criticando a atuação da Justiça nas eleições de 2022 e serviram de base para Moraes ordenar, no final de 2022, a quebra do sigilo bancário de Figueiredo e Constantino, bloqueando seus perfis na internet e cancelar seus passaportes.

Não é possível especificar todos os investigados no inquérito das fake news porque o processo é sigiloso no STF, mas, ao longo dos anos, operações e decisões que se tornaram públicas permitem traçar um histórico da investigação.

O principal investigado é Jair Bolsonaro. O ex-presidente foi incluído na investigação em agosto de 2021, dias após realizar uma transmissão ao vivo com ataques ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. Meses antes, em fevereiro, o então deputado federal Daniel Silveira foi preso em flagrante por Moraes no âmbito da investigação após divulgar um vídeo em que afirmava que o STF “não faz p…. nenhum” e que os 11 ministros da Corte fossem demitidos. (AE)