Bets precisarão ter sede no Brasil para patrocinar times de futebol

Bets precisarão ter sede no Brasil para patrocinar times de futebol


A exigência consta de portaria do Ministério da Fazenda publicada nesta quinta-feira (1º) e vale a partir de 2025

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

Joédson Alves/Agência Brasil

As apostas precisarão estar sediadas no Brasil e ter aprovação para operar no país para poder patrocinar times de futebol e outros esportes em eventos com publicidade nacional. Segundo levantamento, os sites de apostas representavam, no início de 2024, 68% dos patrocínios máster dos principais clubes do Campeonato Brasileiro, considerando as 3 divisões do torneio (A, B e C).

A exigência consta de decreto do Ministério da Fazenda publicado nesta quinta-feira (1º) e vale a partir de 2025, quando apenas empresas sediadas no Brasil poderão explorar o mercado de apostas esportivas e jogos online (como caça-níqueis, crash, roleta etc.) no Brasil.

A norma diz que apenas as apostas autorizadas pela Secretaria de Prémios e Apostas do Ministério das Finanças “podem promover as suas marcas através de publicidade ou patrocínio de seleção desportiva nacional, em eventos com publicidade nacional”. E, para obter autorização, é preciso ter representação no Brasil.

A maioria das apostas opera no exterior

Atualmente, a maioria das plataformas de apostas utilizadas pelos brasileiros estão sediadas no exterior e nenhuma delas obteve ainda autorização para operar no país.

Cinco deles solicitaram aprovação até o momento, mas nenhuma autorização foi emitida até o momento:

Kaizen, dona da marca Betano, patrocinadora do Atlético Mineiro;
MMD Tecnologia, da Rei do Pitaco, patrocinadora da América do Rio Grande do Norte;
SSPRBTBR, dona da Superbet, patrocinadora de São Paulo e Fluminense; Isso é
Ventmear Brasil e Big Brasi Tecnologia, donas da marca Ceasar Sportsbook.

Portaria limita publicidade de influenciadores e exige suspensão de viciados

A mesma portaria estabelece outras regras para o mercado de apostas, tais como:

A proibição de anúncios em que influenciadores apresentem as apostas como forma de progredir na vida; a exigência de que as apostas suspendam os apostadores em risco de dependência. Espera-se que os provedores de Internet bloqueiem sites irregulares após notificação do governo. Multa de R$ 50 mil a R$ 2 bilhões em caso de irregularidades.

“Fundamental”, diz setor de apostas

Para a Associação Nacional de Jogos e Loterias, que representa as apostas, a exigência é positiva para o setor.

“Isso é fundamental para a integridade do mercado de apostas e jogos online, porque hoje, o que vemos é que justamente por muitas empresas estarem localizadas em outros países, às vezes estão fora do alcance do poder legislativo e regulatório”.

Segundo Leonardo Baptista, CEO e cofundador da Pay4Fun, fintech de pagamentos integrada a casas de apostas, como Bet365, Betano e Pokerstars, muitas empresas aguardavam as portarias que saíram na quarta e na manhã de hoje para entender como entrar no Mercado brasileiro.