Bancos pressionam e o governo cede: juro do empréstimo consignado do INSS sobe para 1,80% ao mês após pressão de bancos

Bancos pressionam e o governo cede: juro do empréstimo consignado do INSS sobe para 1,80% ao mês após pressão de bancos


A emenda foi aprovada por 13 votos a favor e um contra.

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A nova taxa aprovada volta ao patamar de dezembro de 2023, quando era de 1,80%. (Foto: Divulgação)

Na semana passada, o Conselho Nacional de Seguridade Social (CNPS) aprovou o aumento da taxa máxima de juros cobrada nos empréstimos concedidos a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Com a mudança, o teto do crédito consignado convencional, com desconto em folha, para esse grupo passou de 1,68% ao mês para 1,80% ao mês.

A alíquota aprovada foi a proposta feita pelo governo, por meio da Secretaria da Previdência Social. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) havia sugerido que a alíquota permanecesse em 1,99%, mas acabou derrotada pelo grupo de conselheiros.

A emenda foi aprovada por 13 votos a favor e um contra. Este é o primeiro aumento aprovado pelo conselho desde o início do governo Lula, em 2023. E encerra a sequência de sete reduções consecutivas que receberam aprovação do Conselho.

“Eu não gostaria [do aumento]mas acho que a proposta é muito razoável [do governo] que está sendo apresentado aqui hoje. Estamos discutindo um assunto que afeta a vida de 40 milhões de pessoas”, disse o conselheiro representante do Sindicato Nacional dos Trabalhadores, Aposentados e Pensionistas, Gerson Maia de Carvalho.

O Conselho justificou que o aumento acompanha a evolução da taxa Selic, que foi elevada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nas últimas três reuniões.

“A alíquota de 1,80% me deixa muito confortável para trabalhar, dá previsibilidade para o mercado, para o sistema financeiro, para os aposentados. Portanto, é um número confortável”, afirmou Wolney Queiroz, secretário-executivo do Ministério da Previdência Social.

A nova taxa aprovada volta ao patamar de dezembro de 2023, quando era de 1,80%. Ao oferecer a linha, os bancos e instituições financeiras deverão respeitar os limites estabelecidos pelo CNPS. O novo teto entra em vigor cinco dias úteis após a publicação da decisão no Diário Oficial da União (DOU).

Segundo dados do Ministério da Previdência Social, em dezembro de 2024, o governo registrou R$ 15 bilhões em operações de crédito, para 1,3 milhão de beneficiários. E, segundo dados do Banco Central, durante 2024 o ritmo de crescimento da carteira de crédito consignado dos aposentados e pensionistas do INSS superou o dos servidores públicos e dos empregados do setor privado.

O ciclo de redução do teto começou em março do ano passado, quando o CNPS decidiu reduzir o teto convencional dos juros sobre a folha de pagamento dos beneficiários do INSS de 2,14% para 1,70%, o que gerou um impasse com os bancos.

Na época, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e outros bancos privados suspenderam temporariamente a oferta desse crédito, informando que as taxas não cobririam os custos da operação. O conselho da época aprovou então um meio-termo e o teto foi fixado em 1,97%.