Autor de livro sobre política partidária avalia que ” governos fracos fizeram o legislativo se fortalecer

Autor de livro sobre política partidária avalia que ” governos fracos fizeram o legislativo se fortalecer


O historiador Leonardo Weller avalia que existe um “estrangulamento” do poder do governo para a ascensão das emendas. (Foto: Divulgação)

Co -autor, com Fernando Limongi, da “Democracia Negociada: Política Partiana no Brasil da Nova República”, o historiador Leonardo Weller avalia que existe um “estrangulamento” do poder do governo para a ascensão das emendas. A existência da Medida Provisória (MP), no entanto, torna o executivo muito forte, diz o professor EESP da FGV e um doutorado em história econômica da London School of Economics.

Houve uma mudança na execução de emendas no governo de Dilma. Em vez disso, não havia obrigação de cumpri -los, dependia dos interesses do governo. No governo de Bolsonaro, as emendas se tornaram mais opacas e o governo tinha menos controle. Com isso, há um fortalecimento da legislatura em relação ao executivo. Há uma nova onda, desde a década passada, de redução gradual no executivo. Mas, no entanto, a principal arma legislativa do governo permanece em pé, a medida provisória, que vem do decreto da época da ditadura. Com ela, o executivo permanece muito forte, impondo ao Congresso o ônus se um deputado cair.

O que você permitiu o avanço do Congresso?

O que mudou desde a década passada, com Dilma, Temer, Bolsonaro e agora com Lula 3, é que eles são governos fracos, ao contrário de FHC e Lula 1 e 2. Bolsonaro, por exemplo, delegado muito que seria governo ao Congresso. Mas há também uma mudança estrutural desde os anos 90: o aumento das despesas obrigatórias do governo. Eles aumentam mais do que o PIB, e esse aumento tem despesas discricionárias proporcionalmente diminuindo, aqueles que o governo pode ou não fazer e representar a margem de manobra para jogar políticas públicas. Isso enfraquece o governo. As emendas, no orçamento como um todo, representam pouco, mas dentro do espaço orçamentário que não é obrigatório são suficientes. Há um problema fiscal e estrutural que estrangula a força do executivo, mas cabe ao governo resolver esse problema.

Comparado a Arthur Lira, o que esperar de Hugo Motta em frente à câmara?

Eu conheço Little Motta, mas Lira e Eduardo Cunha são os dois principais responsáveis ​​pela ascensão da legislatura nos últimos anos. Os dois tinham independência do executivo que não tem precedentes. Anteriormente, os presidentes da Câmara, exceto por exceções, eram pessoas previamente escolhidas pelo governo.

O livro diz que, sem Lula, o PT dificilmente teria se recuperado, e essa sobrevivência é incerta sem ele. O que o acrônimo errou para chegar a isso?

Claro que ele sobreviverá organicamente. A questão é se ele continuará sendo hegemônico à esquerda, como é desde 1989. Acho que esse é o resultado da conjunção entre escândalos de corrupção e a postura de Lula. Ele fazia parte da articulação (hoje parte do CNB), a corrente mais pragmática do PT, junto com outros que chegaram ao poder em 2002: José Dirceu, Antonio Palocci. No partido, Dirceu era tão poderoso quanto Lula e poderia ser um sucessor, assim como Palocci. Só eles caíram com os escândalos. Na ausência deles, Lula apostou em Dilma, que ele achava que poderia controlar. Lula não estava interessado em fazer um sucessor. Enquanto a direita e a extrema direita são muito mais descentralizadas, quem é uma grande liderança jovem dentro do PT?

Quão alarmante é a inflação de alimentos Lula em 2026?

É terrível. Duas variáveis ​​econômicas realmente influenciam a eleição: desemprego e salário real, que é o poder de compra. Atacar a raiz do problema seria dar maior estabilidade à política fiscal, o que reduziria a citação do dólar e a inflação da almofada. O fato é que, se essa inflação alimentar durar para 2026, as chances de reeleição diminuem. A informação é do portal o Globo.