Ataque a assentamento do MST deixa mortos e feridos no interior de São Paulo

Ataque a assentamento do MST deixa mortos e feridos no interior de São Paulo


As vítimas mortais são dois homens, de 28 e 52 anos.

As vítimas fatais são dois homens, de 28 e 52 anos. (Foto: Divulgação/MST)

Pelo menos duas pessoas morreram e seis ficaram feridas após ataque ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé (SP), na região do Vale do Paraíba. O caso está sob investigação da Polícia Civil de Taubaté.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), depoimentos colhidos das vítimas indicam que os tiros foram disparados por suspeitos que chegaram ao local em carros e motos. Um homem foi abordado e acusado de posse ilegal de arma.

O caso, ocorrido na Estrada Canegal, em Tremembé (SP), foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo permitida para uso em serviço na Delegacia Seccional de Taubaté. A SSP-SP informou que as vítimas fatais foram dois homens, de 28 e 52 anos. Outras seis pessoas, com idades entre 18 e 49 anos, ficaram feridas e foram levadas ao Hospital Regional de Taubaté e ao pronto-socorro de Tremembé.

O MST, porém, fala em três mortos: os militantes Valdir do Nascimento, conhecido como Valdirzão, Gleison Barbosa de Carvalho e Denis Carvalho, de 29 anos. Denis, segundo informações do movimento, levou um tiro na cabeça e estava em coma induzido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu neste sábado (11).

O MST afirmou, em nota, que o ataque representa “mais uma face” dos conflitos fundiários no estado de São Paulo. “A ausência de políticas públicas eficazes por parte do governo paulista deixa os territórios da Reforma Agrária vulneráveis ​​e as famílias assentadas desprotegidas, reforçando um cenário de insegurança e violência.”

O movimento destacou que o assentamento Olga Benário enfrenta disputa com a especulação imobiliária voltada ao turismo de lazer, devido à sua localização estratégica no Vale do Paraíba. “Há anos as famílias assentadas sofrem constantes ameaças e coações, mesmo após diversas denúncias feitas aos órgãos estaduais e federais, que continuam sem uma resposta efetiva para garantir a segurança e a permanência dessas famílias no território.”

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar divulgou neste sábado nota repudiando o crime e informando que o titular da pasta, ministro Paulo Teixeira (PT), entrou em contato com autoridades de segurança pública estaduais e federais, solicitando medidas e devidas punições para o que classificou como um crime “bárbaro”.

“Falei com os secretários Guilherme Derrite, Gilberto Kassab, com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves e também com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues”, disse o ministro, em nota do ministério. (Estadão Conteúdo)