SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A passagem de um caminhão com jatos d’água limpando marcas de violência no solo foi um sinal de que a vida voltaria ao normal no maior aeroporto do país.
A chegada à ala oeste do terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, foi permitida às 21h30 desta sexta-feira (8), cinco horas e meia depois de um homem foi assassinado e três pessoas acabaram feridas por balas ali.
A morte do corretor de imóveis Antônio Vinicius Lopes Gritzbach ocorreu pouco depois das 16h, em ação que teria sido realizada por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), na qual ocorreram cerca de 30 tiros de fuzil, e mudou a rotina do lugar.
O acesso ao lado oeste do terminal teve que ser fechado, tanto para carros quanto para passageiros.
Foram colocadas grades em frente às escadas rolantes e no corredor de ligação ao portão de saída do terminal – o corpo do corretor de imóveis só foi retirado do chão do lado de fora, em frente ao ponto de táxi, às 21h10.
Meia hora depois, funcionários de uma lanchonete da área interditada ligaram os equipamentos e reabriram o local. Sem autorização para dar entrevistas, um deles relatou que o clima estava tenso e tiveram que fechar tudo às pressas.
No celular, outra contou detalhes da correria da tarde.
Imediatamente na porta de saída do desembarque e a poucos metros do local onde ocorreu o crime, a veterinária Maria Lúcia Forlan, 44 anos, foi informada pela funcionária de uma sorveteria que ela não abriria mais.
“Estava uma bagunça aqui, certo?” perguntou ele, ao lado da filha de 8 anos, que queria comprar sorvete.
Os dois haviam desembarcado pouco antes de um voo vindo do Rio de Janeiro e não conseguiram conhecer o local isolado do público.
O funcionário explicou que havia perdido o dia. Ele, que normalmente começa a trabalhar às 15h, mudou de horário por causa de um problema pessoal e chegou às 19h. Ele só foi autorizado a chegar à sorveteria às 21h30, meia hora antes do horário de fechamento. Nem reabriu.
O casal Diógenes e Augusta Ramos desembarcou de um voo vindo de João Pessoa e foi perguntar aos repórteres que cobriam o caso sobre o assassinato que souberam no avião.
“Não acredito na violência”, disse ela, impressionada por esperar o carro que os levaria tão perto de onde havia manchas de sangue.
Segundo GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto, apesar dos bloqueios e da presença de mais de uma dezena de viaturas e delegados, as operações ocorreram normalmente.
Mas não para cerca de dez funcionários do aeroporto com coletes fluorescentes. Eles ficaram ao lado do cordão para observar o corpo do morto sendo colocado no carro funerário, que saiu apressado e “guinchando”.
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