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A Editorial Sul
| 2 de novembro de 2024
A Anac destacou que tais informações são cruciais para garantir a segurança do voo.
Foto: Divulgação/Eve Air Mobility
A Anac destacou que tais informações são cruciais para garantir a segurança do voo. (Foto: Divulgação/Eve Mobilidade Aérea)
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou, nesta sexta-feira (1º), uma portaria com os critérios de aeronavegabilidade para operação dos eVTOLs —o “carro voador” da Eve, empresa ligada à Embraer, que deve ser fabricado em Taubaté (SP). ).
O documento publicado apresenta os critérios que a aeronave deve atender quanto à sua estrutura, sistemas de controle, propulsão e bateria, por exemplo. A Anac destacou que tais informações são cruciais para garantir a segurança do voo.
A publicação da portaria é considerada um passo importante para permitir a operação de carros voadores no país. Segundo a Anac, a Eve deverá determinar limites de peso e centros de gravidade que garantam a operação segura da aeronave, além de desenvolver dados de desempenho necessários para altitudes e temperaturas mínimas e máximas.
A empresa também precisará determinar uma velocidade mínima segura da aeronave para cada condição de voo, além de apontar informações de desempenho de decolagem e pouso. A Anac estabeleceu ainda que a aeronave deve ser controlável e manobrável, sem exigir habilidades excepcionais de pilotagem.
Outros critérios solicitados para a aeronave são velocidade mínima de segurança e características de alerta; características de manejo em solo; vibração, turbulência e alta velocidade; além das características de voo para condições atmosféricas geladas.
Critérios principais
– A aeronave deve estar livre de oscilações perigosas e instabilidades aeromecânicas para todas as configurações e condições de operação em solo e em voo;
– A aeronave deverá estar livre de vibrações, inversões de controle e divergências;
– Os dados de projeto devem definir adequadamente a configuração da peça, artigo ou conjunto, suas características de projeto e quaisquer materiais e processos utilizados;
– Portas, coberturas e saídas devem ser protegidas contra abertura inadvertida durante o voo, a menos que seja demonstrado que não constituem perigo quando abertas durante o voo;
– A aeronave deve proporcionar proteção a todos os ocupantes, tendo em conta as prováveis condições de voo, solo e aterragem de emergência;
– A aeronave deve ser capaz de voar continuamente e pousar com segurança após impacto com uma ave de 1 kg;
– Possuir meios de saída que possam ser facilmente localizados e abertos por dentro e por fora. Os meios de abertura devem ser simples e evidentes e assinalados no interior e no exterior da aeronave;
– A aeronave deverá fornecer a cada ocupante ar com pressão respirável, livre de concentrações perigosas de gases, vapores e fumaça durante as operações normais e prováveis falhas;
– O projeto e a construção do motor e os materiais utilizados devem minimizar a probabilidade de ocorrência e propagação de um incêndio durante a operação normal e em condições de falha, e devem minimizar o efeito de tal incêndio;
– A ingestão de chuva, gelo e granizo não deve resultar em funcionamento anormal, como desligamento, perda de potência, funcionamento irregular ou oscilações de potência em toda a faixa de operação do motor;
– Cada motor deverá passar por testes de calibração para estabelecer suas características de potência e as condições antes e depois das demonstrações de resistência e durabilidade especificadas.
A Embraer anunciou esta semana que a Eve Air Mobility obteve novo financiamento para fabricar carros voadores na unidade de Taubaté. Segundo o edital, o financiamento foi obtido junto ao Citibank. O valor é de US$ 50 milhões, equivalente a cerca de R$ 290 milhões, e se soma aos outros R$ 500 milhões que a empresa já havia obtido do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
Com o novo aporte financeiro, a liquidez projetada da empresa para o segundo trimestre deste ano é de US$ 480 milhões – o que equivale a cerca de R$ 2,8 bilhões. Eve será responsável pela fabricação dos eVTOLs – sigla em inglês para ‘veículo elétrico de pouso de decolagem vertical’.
Como funciona o carro voador
Os carros voadores têm estrutura semelhante aos helicópteros, mas são feitos para viagens de curta distância, dentro de uma mesma cidade ou para cidades próximas. Outra característica comum dos eVTOLs é o motor elétrico. Os helicópteros são movidos a querosene ou gasolina. Há também diferenças nas asas, que podem ser fixadas no carro voador, e no tipo de hélice.
Por enquanto, não há regulamentação específica para “eVTOLs”, pois o modelo é novo na aviação. Portanto, segundo a Anac, os critérios de aeronavegabilidade utilizados para o “carro voador” da Embraer serão baseados nos requisitos contidos no Regulamento de Aviação Civil Brasileiro (RBAC). Segundo Eve, os ‘carros voadores’ terão uma autonomia máxima de 100 quilómetros e reduzirão as viagens intraurbanas de uma hora para 15 minutos (cobrem 99% das viagens interurbanas).
Esse é o principal objetivo da inovação, além de tornar os voos urbanos mais acessíveis à população. Comparado a um helicóptero, o carro voador terá menores custos operacionais e de manutenção e menores emissões de ruído. Por se tratar de um veículo elétrico, também terá zero emissões de CO2.
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Agência Nacional de Aviação Civil divulga critérios para carros voadores operarem no país
02/11/2024
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