Aeroporto de Porto Alegre tem sinais da destruição um mês após alagamento

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Mais de um mês após a interrupção das operações por tempo indeterminado, o aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, ainda apresenta sinais da destruição causada pelas enchentes do Lago Guaíba.

No interior do terminal de passageiros, no piso térreo, a maior parte dos escombros já foi removida, mas o piso permanece coberto por uma fina camada de lama seca.

A água que inundou a pista no dia 3 de maio subiu rapidamente e, em quatro dias, atingiu 65 centímetros no pavimento. O aeroporto está fechado desde então e o prazo para reabertura é a segunda quinzena de dezembro.

O térreo concentra operações de desembarque nacional e internacional, recheck-in e órgãos públicos como Receita Federal, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Polícia Civil e PF (Polícia Federal).

Locadoras de veículos e negócios como Starbucks, Livraria Cameron, Rei do Pão de Queijo e NBA Park também foram afetados.

Os bancos de espera estavam sujos com detritos como lama, folhas e pequenos galhos, e o bem iluminado saguão de desembarque estava escuro.

O piso também contém equipamentos de carrossel de bagagens, elevadores e escadas rolantes, todos danificados pela imersão.

A pista do aeroporto, submersa há mais de 20 dias, está agora quase totalmente seca e sem grandes manchas de lama volumosa. Os trabalhos de varredura começaram na segunda-feira (3), para retirar a sujeira acumulada nos sulcos.

Nos campos ao lado da pista, a água ainda se acumula e a vegetação que estava verde está queimada ou escurecida.

“Estamos falando de uma pista que não é simplesmente asfalto”, disse Edgar Nogueira, vice-presidente da Fraport Brasil.

Segundo Nogueira, a camada de recapeamento de uma pista de aviação pode ter entre 30 e 40 centímetros de espessura.

A operação de levantamento de solos, para identificação do nível de infiltração de água, deverá ser concluída em até 45 dias. A partir dessa data será estipulado um prazo específico. Mesmo assim, o retorno não será completo.

“Dezembro é uma operação parcial”, disse o vice-presidente da Fraport Brasil. A operação incluiria “voos domésticos com pista reduzida, não atendendo a todas as aeronaves”.

Na segunda-feira (3), uma delegação formada pelo ministro Paulo Pimenta (PT), agentes da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e a presidente da Fraport Brasil, Andreea Pal, se reuniram para definir o cronograma de ações para a retomada da operação de Salgado Filho. Atividades.

“Para que isso aconteça em dezembro, precisamos de várias entidades trabalhando em conjunto”, disse Nogueira. Isso inclui a chegada pontual dos equipamentos importados e a parceria com a Aeronáutica para a retomada das operações.