Dois presos acusados de envolvimento no plano de sequestro e morte do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) foram assassinados nesta segunda-feira (17) em um presídio em Presidente Venceslau (565 km de São Paulo).
Janeferson Aparecido Mariano Gomes, conhecido como Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, conhecido como Rê, ambos tinham 48 anos e estavam detidos desde março do ano passado, após a Operação Sequaz, deflagrada contra uma suposta tentativa do PCC (Primeiro Comando do Capital) para realizar ataques contra autoridades.
Ambas as mortes foram confirmadas pela Secretaria de Administração Penitenciária do estado. O órgão afirma ainda que três presidiários envolvidos nos assassinatos foram isolados e deverão responder pelo novo crime. A Polícia Científica, segundo a secretaria, está fiscalizando o local.
Em despacho da Justiça Federal para acolher a denúncia sobre o caso, no ano passado, Nefo e Rê são descritos como membros da direção e cúpula do PCC. Nefo atuou, segundo a acusação da época, na gestão das operações do grupo, no contato com outras lideranças e na operacionalização das atividades.
Rê seria responsável por controlar os integrantes da facção e monitorar suas atividades, além de administrar armas e munições e relacionamento com outros grupos criminosos.
Entre os crimes narrados na denúncia de 2023 estão tentativa de extorsão mediante sequestro, organização criminosa e porte ilegal de arma de fogo, dos quais Rê e Nefo foram acusados e constituídos réus. O processo encontra-se atualmente sob sigilo judicial.
O plano contra Moro, segundo a investigação, estava ligado à transferência de chefes do PCC para presídios federais e à proibição de visitas conjugais nesses presídios.
O principal líder do grupo criminoso, Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, foi transferido do sistema penitenciário estadual de São Paulo para a penitenciária federal de Brasília em fevereiro de 2019. Na época, Moro era ministro da Justiça no governo Jair Bolsonaro (PL).
Meses depois, Marcola foi para uma unidade federal em Rondônia. Este ano, ele retornou à capital federal.
A operação no plano de ataque acabou ganhando repercussão política em 2023, depois que o presidente Lula (PT) declarou ter visto “uma armação” de Moro no episódio. A conclusão do petista se baseou no fato de a ordem de prisão ter sido assinada pela juíza Gabriela Hardt, que atuou na Justiça Federal da Operação Lava Jato junto com o atual senador.
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