A reação de Braga Netto ao saber que seria preso pela Polícia Federal

A reação de Braga Netto ao saber que seria preso pela Polícia Federal


Braga Netto, segundo um investigador, reagiu com frieza à prisão e simplesmente seguiu ordens. (Foto: Reila Maria/Câmara dos Deputados)

Preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro, Walter Braga Netto reagiu com frieza ao saber do teor do mandado de prisão expedido contra ele pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Segundo um investigador que estava no momento da prisão, o general da reserva não reagiu e simplesmente seguiu os passos indicados pelos investigadores que cumpriam a ordem. Além da ordem de prisão, os investigadores realizaram buscas nos endereços de Braga Netto e de seu auxiliar, coronel Peregrino. Ele está proibido de ter contato com outras pessoas investigadas.

Braga Netto ficará detido no Comando Militar do Leste, no Rio. A decisão de Moraes ainda é sigilosa, mas a PF, em nota, confirmou que a prisão foi decretada por obstrução à justiça. Recentemente, o denunciante Mauro Cid revelou, em depoimento, que o general entregou dinheiro numa caixa de vinho para garotos militares negros que
iam executar um plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.

Obstrução da justiça

O relatório da Polícia Federal que apoia a prisão de Walter Braga Netto por obstrução à justiça revela o teor de um depoimento de Mauro Cid em que diz ter ouvido do general que o dinheiro para financiar um ataque a Alexandre de Moraes, a operação “2022 Copa do Mundo”, foi entregue a ele em uma sacola de vinho pelo general.

Segundo Cid, Braga Netto teria revelado que os recursos para financiar a ação criminosa teriam sido fornecidos por “gente do agronegócio”. Cid revela que o dinheiro foi entregue em reunião “no Planalto ou no Palácio da Alvorada”. “O general Braga Netto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a operação. O dinheiro foi entregue em uma sacola de vinho. O general Braga Netto afirmou na época que o dinheiro foi obtido de
para o pessoal do agronegócio”, disse Cid.

As revelações do denunciante ocorreram em um comunicado em que Cid alterou informações que havia fornecido sobre Braga Netto e a trama golpista. A postura do denunciante, diz a PF, foi motivada por conversas que Braga Netto teve com os pais, o que resultou na aparente blindagem do general em suas declarações. O general foi preso neste sábado (14) no Rio de Janeiro.

“Por outro aspecto, a alteração substancial nos relatos dos colaboradores quanto à participação do General Braga Netto nos fatos investigados, notadamente a omissão quanto à atuação do acusado como principal elo de financiamento do evento “Copa do Mundo de 2022”, indica que as ações de obstrução que tiveram o efeito pretendido pela organização criminosa, na medida em que retardaram a identificação de fatos relevantes ao contexto investigativo”, diz a PF.

“Assim, todas as provas identificadas pela investigação demonstram a efetiva atuação do acusado Braga Netto na coordenação das ações clandestinas que visavam prender/executar o ministro Alexandre de Moraes e nas ações contra os candidatos eleitos nas eleições de 2022”, continua o PF. As informações são da coluna Radar, da Revista Veja.