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A Editorial Sul
| 13 de setembro de 2024
Evans Osei Wusu, 39 anos, fazia parte do grupo que ficou preso no aeroporto de Guarulhos, aguardando refúgio. (Foto: arquivo pessoal)
A Polícia Federal (PF) afirmou nesta sexta-feira (13) que vai investigar o caso do imigrante Evans Osei Wusu, de 39 anos, que morreu após passar mal no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
A investigação atende a pedido feito pelo Ministério da Justiça e Segurança à Diretoria de Polícia Administrativa da Polícia Federal na última terça-feira (10). Até então, a PF havia informado que não havia espaço para investigação do órgão, destacando que se houvesse investigação, ela seria realizada apenas pela Polícia Civil.
Em ofício, o secretário nacional da Justiça, Jean Keiji Uema, solicitou “a adoção das medidas necessárias à investigação dos fatos no âmbito das competências da Polícia Federal”.
Nesta sexta-feira, foi aberto um processo investigativo, informou a PF. “Informamos que, a pedido do MJSP, a PF, por meio de procedimentos investigativos, trabalhará para esclarecer os fatos que precederam e posteriormente levaram à morte do imigrante, cidadão de Gana”, afirmou o órgão, em uma nota.
A família relatou que ele pediu ajuda e enfrentou dificuldades para receber ajuda. A certidão de óbito de Evans afirma que o ganense morreu de uma infecção generalizada, após uma infecção inicial do trato urinário.
A Polícia Civil abriu inquérito na última sexta-feira (6) para apurar a morte de Evans. A investigação está sendo conduzida pela Delegacia de Atendimento ao Turista (Deatur). Na quinta-feira (12), a Secretaria de Segurança Pública afirmou que estão sendo realizadas investigações e audiências.
“O caso é investigado pela 3ª Deatur (Delegacia do Aeroporto de Guarulhos). Investigações e audiências estão em andamento para esclarecer os fatos. A unidade permanece à disposição da família ou do representante legal.”
No dia 6, a Comissão Mista Permanente de Migrações Internacionais e Refugiados do Congresso Nacional enviou ofício ao Ministério da Justiça solicitando informações sobre as circunstâncias da morte do imigrante.
O documento foi assinado pela senadora Mara Gabrilli, pelo deputado Túlio Gadelha e pelo senador Paulo Paim.
O Ministério Público Federal também abriu boletim de ocorrência sobre a morte. No prazo de 30 dias, o órgão decidirá se será instaurada uma investigação ou se será arquivada.
Vídeos obtidos com exclusividade pela TV Globo e pelo portal g1 mostram o momento em que o imigrante Evans Osei Wusu foi atendido por uma equipe de saúde e levado a um hospital.
As imagens são do dia 11 de agosto. Neles, é possível ver Evans sentado sem camisa na área restrita para imigrantes, quando as autoridades de saúde chegam ao local e vão em sua direção.
Um grupo de imigrantes, ao ver a equipe, fica ao redor dos profissionais e conversa com eles. O diálogo não pode ser ouvido. Em seguida, os funcionários colocam Evans em uma cadeira de rodas e saem da área restrita com ele. O imigrante foi levado ao Hospital Geral de Guarulhos. Sua morte foi registrada em 13 de agosto, dois dias depois de sua internação no hospital.
A GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, ao ser questionada se abriria uma investigação sobre as circunstâncias da morte de Evans, disse, em nota, “que os passageiros que aguardam o processo de admissão no país pelo A Polícia Federal fica sob os cuidados das Companhias Aéreas até sua conclusão”.
Informou ainda que, “no dia 08/11, a equipe de atendimento de urgência/emergência do Aeroporto, ao ser acionada, prestou atendimento imediato e encaminhou o passageiro ao Hospital Geral de Guarulhos”.
A companhia aérea Latam afirmou “lamentar profundamente o ocorrido e solidarizar-se com a família de Evans Osei Wusu”.
“No dia 11 de agosto de 2024, o passageiro passou mal e a LATAM solicitou atendimento ao serviço médico do aeroporto de Guarulhos. Posteriormente, acompanhou a remoção e internação do passageiro no Hospital Geral de Guarulhos, e contatou as autoridades brasileiras responsáveis e as autoridades ganenses no Brasil”, afirmou.
“Em Guarulhos, vale lembrar, a LATAM está oferecendo assistência aos passageiros que embarcaram em seus voos, desembarcaram no aeroporto para conexão e decidiram não prosseguir viagem até o destino final, solicitando refúgio no Brasil à Polícia Federal. Paralelamente, a empresa mantém diálogo permanente e continuará colaborando com as autoridades brasileiras. A LATAM reconhece o compromisso das autoridades brasileiras no enfrentamento das questões humanitárias e seu importante papel no cenário local e internacional”, finaliza.
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A pedido do Ministério da Justiça, Polícia Federal investigará caso de imigrante que morreu após passar mal no aeroporto de São Paulo
13/09/2024
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