15 Estados aderem a regras federais para uso de câmera em uniforme da polícia; o Rio Grande do Sul não está entre eles

15 Estados aderem a regras federais para uso de câmera em uniforme da polícia; o Rio Grande do Sul não está entre eles


Câmeras corporais usadas pela polícia do Rio de Janeiro. (Foto: Philippe Lima/Governo do Rio)

Dois estados entre as 27 unidades da federação sinalizaram ao governo Luiz Inácio Lula da Silva que querem usar recursos federais para comprar câmeras corporais para seus policiais. Outros 13 manifestaram interesse em participar num concurso nacional para aquisição deste equipamento. O prazo para adesão ao leilão, previsto para novembro, terminou na última segunda-feira (23). O Rio Grande do Sul não está entre os que sinalizam interesse.

Os governos de Roraima e da Paraíba apresentaram propostas para utilizar o orçamento da União para instalar os aparelhos em suas forças. Organizações de Alagoas, Sergipe, Amapá, Paraná, Ceará, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Pernambuco, Tocantins e Rondônia demonstraram interesse em aderir à futura lei de registro de preços, aberta pelo governo federal para fornecer aos Estados equipamentos em maior escala.

Na prática, isso significa que esses 15 Estados deverão cumprir as orientações do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para o uso de câmeras corporais em uniformes policiais. Isto porque a utilização de fundos da União para este fim exige que o governo local cumpra os regulamentos relativos às câmeras. Os equipamentos que a gestão federal pretende adquirir serão adaptados a essas medidas.

Estudos mostram que as câmeras corporais ajudam a reduzir as mortes cometidas por policiais em serviço. Segundo especialistas, o uso de câmeras ajuda a prevenir possíveis situações de corrupção ou outras irregularidades cometidas pelos agentes.

Em maio, o governo federal lançou uma série de orientações para o uso de câmeras em uniformes policiais. Como as políticas de segurança pública são de responsabilidade do Estado, a estratégia do governo Lula foi oferecer incentivos para que os estados adotassem as boas práticas publicadas pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Entre as recomendações federais está manter os equipamentos ligados durante todos os incidentes. Isso difere da medida implementada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já fez ressalvas ao uso da tecnologia. O edital divulgado pela administração paulista em maio para aquisição de câmeras prevê que o agente tenha a possibilidade de ligar e desligar o equipamento.

Liberação de fundos

Os Estados tinham até o final de agosto para enviar ao governo federal os planos de como aplicarão os recursos repassados ​​pelo Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), que os ajuda a financiar políticas de combate ao crime e de fortalecimento das forças de segurança. Os documentos foram aprovados pelo ministério, que deve liberar 50% dos recursos nesta semana, orçados em cerca de R$ 1,1 bilhão para 2024.

Cada Estado tem uma cota fixa, mas a alocação está sujeita a uma série de critérios – incluindo a implantação de câmeras. Se o governo do estado quiser direcionar recursos para aquisição de aparelhos, precisa seguir os protocolos do MJSP, por exemplo. Mas existem outros requisitos.

O orçamento repassado do Fundo Nacional aos Estados deverá ser utilizado, por exemplo, para financiar políticas de segurança pública, com base em critérios definidos pelo governo federal. As prioridades devem ser a redução dos homicídios, o combate ao crime organizado, a defesa da propriedade, o combate à violência contra as mulheres e a melhoria da qualidade de vida das forças de segurança.

Portanto, esse valor não pode ser utilizado para salários e benefícios, nem transferido para outros Estados e entidades do terceiro setor, por exemplo. Uma equipe técnica do MJSP analisa a alocação de recursos antes de aprová-la.

“Temos nos dedicado a promover a integração federativa e os resultados demonstram o poder transformador do diálogo na melhoria da execução dos recursos do FNSP. Nos próximos dias vamos repassar 50% dos recursos, o que equivale a meio bilhão de reais entrando nos cofres estaduais e distritais”, afirma Camila Pintarelli, diretora do fundo.

Pegada

O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo afirma que a adesão dos Estados é significativa e “demonstra que a política pública do governo federal encontrou aderência” em nível nacional. “É importante destacar que muitos entes federados já estão com o programa em andamento. Nossa expectativa é que esse projeto transforme significativamente a segurança pública em todo o país”, afirma.

“É importante destacar que muitos entes federados já estão com o programa em andamento. Nossa expectativa é que este projeto transforme significativamente a segurança pública em todo o país.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.