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A Editorial Sul
| 19 de junho de 2024
O magistrado atendeu a um pedido da defesa de Lira.
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
O magistrado atendeu um pedido da defesa de Lira. (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)
O ministro Alexandre de Moraes revisou a própria decisão nesta quarta-feira (19) e determinou que as plataformas de redes sociais divulgassem um vídeo e dois textos jornalísticos com denúncias da ex-mulher de Arthur Lira (PP-AL) contra o deputado e presidente da Câmara.
Na decisão, o ministro do Supremo escreveu que, após bloquear os links (URLs), concluiu que o pedido da defesa de Lira não era procedente. A defesa disse que o material estava sendo divulgado de forma coordenada e orgânica. Para Moraes, descobriu-se que não houve uma ação orquestrada.
“Após a realização dos bloqueios determinados, a informação recolhida mostra que algumas das URLs não podem ser consideradas como pertencentes a ‘um novo movimento em curso, claramente coordenado e orgânico, e uma nova replicação, de forma circular, desta mesma ofensiva e conteúdo inverídico’, conforme destacou o requerente”, escreveu o ministro.
O vídeo que Moraes mandou voltar a divulgar era do canal do jornal “Folha de S.Paulo” no YouTube. Os textos são do portal Terra e do site Brasil de Fato. A decisão, porém, não faz referência ao vídeo excluído do canal Mídia Ninja.
O material anteriormente bloqueado eram dois vídeos e uma matéria jornalística que trazia denúncias feitas por Jullyene Lins, ex-mulher de Lira.
A decisão afetou vídeos publicados pelos jornais “Folha de S. Paulo” e “Mídia Ninja” no YouTube e também uma reportagem do “Portal Terra” que reproduzia texto da “Agência Pública”. O material foi lançado entre 2021 e 2023.
Na ocasião, o magistrado atendeu a um pedido da defesa de Lira. Nos últimos dias, perfis nas redes sociais começaram a reproduzir trechos dessas entrevistas. No dia 13 de junho, o ministro determinou a retirada desses cargos ofensivos ao deputado e ainda multou a plataforma em XR$ 700 mil por descumprir ordem judicial.
Os advogados do presidente da Câmara voltaram ao Supremo e pediram a exclusão de novos perfis, assim como os vídeos da Folha, da mídia Ninja e da reportagem do Terra.
Segundo os advogados, “tudo para reforçar a ação deliberada e coordenada de um conjunto de atores que fazem parte de um ecossistema específico de desinformação e desconstrução de imagens, atraindo inclusive possíveis sanções penais”.
A Folha classificou a decisão como “censura”. O jornal reiterou que “em 2021, ela [a ex-mulher de Lira] ele chorou quatro vezes e apresentou deformidades no abdômen causadas pelas supostas agressões da época. Em outubro de 2020, ele havia pedido ao Tribunal de Justiça de Alagoas medidas protetivas contra o deputado.”
Agora, Alexandre de Moraes autorizou que esses vídeos voltassem a ser divulgados nos canais.
A Folha, ao reportar a primeira decisão de Moraes, classificou-a como censura. O jornal reiterou que “em 2021, ela [a ex-mulher de Lira] ele chorou quatro vezes e apresentou deformidades no abdômen causadas pelas supostas agressões da época. Em outubro de 2020, ele havia pedido ao Tribunal de Justiça de Alagoas medidas protetivas contra o deputado.”
Na primeira decisão, aquela que bloqueou o conteúdo, Moraes argumentou que “não existe direito absoluto à liberdade de expressão no ordenamento jurídico. E não é permitido o uso da liberdade de expressão como escudo protetor para a prática de discursos de ódio, antidemocráticos, ameaças, agressões, crimes e todo tipo de atividades ilícitas.”
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Ministro Alexandre de Moraes revê decisão e manda plataformas voltarem a divulgar denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados feitas por sua ex-mulher
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