Agência internacional projeta expansão da energia nuclear no Brasil e no mundo – Notícias

Agência internacional projeta expansão da energia nuclear no Brasil e no mundo – Notícias


19/06/2024 – 20:46

Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Audiência conjunta realizada esta quarta-feira

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Mariano Grossi, vê um “momento histórico” nos debates sobre energia no mundo e a oportunidade de expansão global das fontes nucleares. Ele participou de audiência conjunta da Comissão de Minas e Energia e da Comissão Especial de Transição Energética da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (19). O argentino Grossi admitiu obstáculos no atual contexto de guerras e tensões internacionais que, segundo ele, geram “dramaticidade” nos debates sobre segurança energética. No entanto, afirmou que o cenário das mudanças climáticas tem sido aliado ao reconhecimento da energia nuclear como importante fonte para a descarbonização dos setores poluentes da economia, principalmente desde a COP-28, conferência da ONU sobre o tema realizada em Dubai no ano passado.

“A energia nuclear não deve apenas ser tolerada, mas também acelerada. É um consenso global: a energia nuclear tem de ser acelerada em paralelo com as energias renováveis”, afirmou.

Rafael Grossi disse que as fontes nucleares já respondem por 30% da energia limpa produzida no mundo. A tendência é ascendente face às novas tecnologias, como as pequenas centrais eléctricas (SMR) e aos sinais positivos vindos dos Estados Unidos e da Europa, com excepção da Alemanha, que abandonou o programa nuclear em 2011, após o histórico acidente de Fukushima, no Japão.

Segundo a agência internacional, a China é líder na construção de novos reatores e há avanços significativos na Índia, Rússia, Turquia e Egito. Grossi foi claro em relação ao Brasil.

“O Brasil não precisa abandonar a energia nuclear. Vocês têm um desafio importante com Angra: Angra tem que ser finalizado”, disse o diretor da Aiea.

Situação do Brasil
O presidente da Eletronuclear, Raul Leite, informou que as três usinas de Angra dos Reis, litoral sul do estado do Rio de Janeiro, têm potencial de 3 gigawatts de energia. Angra 1 está em operação há 40 anos e Angra 2 há 20 anos. Leite prevê a conclusão de Angra 3 até 2030, caso os entraves burocráticos sejam superados este ano. Segundo ele, 11,5 mil equipamentos já adquiridos estão estacionados no pátio da usina, devido à paralisação das obras.

Raul Leite fez uma analogia com o petróleo poluente e afirmou que “o Brasil tem um pré-sal de urânio” e que, na transição energética, a fonte nuclear tem grande viabilidade de expansão.

“Pode substituir o petróleo – ou seja, os geradores a diesel – e os geradores a carvão. Nada contra carros a hidrogênio ou carros elétricos, etc., mas já temos o híbrido com plug-in flex: o nosso combustível, nacional”.

Para o presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Júnior Ferrari (PSD-PA), “a energia nuclear já é uma realidade no mundo e precisa avançar no Brasil”, especialmente para desenvolver a economia do país.

Energia limpa com resíduos regulamentados
Ex-modelo radicada nos Estados Unidos, a influenciadora digital de energia nuclear Isabelle Boemeke criou o movimento Save Clean Energy para contestar as críticas ao lixo nuclear e “evitar o fechamento prematuro de usinas”.

“As centrais nucleares e os reactores podem produzir quantidades gigantescas de electricidade sem produzir poluentes ou gases com efeito de estufa. Além disso, o desperdício de energia é regulamentado, contido e pode ser reciclado”, disse ela.

Durante a audiência, diversas instituições apresentaram os benefícios da energia nuclear nas áreas de saúde, alimentação e militar. Eles também exigiram a superação de obstáculos de pessoal e orçamentários.

O presidente da Comissão Especial de Transição Energética, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), acredita na ampliação do uso da energia nuclear no Brasil até a COP-30 sobre Mudanças Climáticas, marcada para o próximo ano, em Belém do Pará.

“Será mais uma oportunidade para este país, que tem uma matriz energética limpa e protagonismo nos biocombustíveis, ter a energia nuclear cada vez mais presente no futuro do nosso país”.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub



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