Ministro do Turismo diz que PEC das Praias tem pontos positivos

Ministro do Turismo diz que PEC das Praias tem pontos positivos


Para ele, a venda de terras aumentaria as receitas e os investimentos.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Para ele, a venda de terras aumentaria as receitas e os investimentos. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro do Turismo, Celso Sabino, elogiou a chamada proposta de alteração à Constituição – PEC das Praias – que estabelece novas diretrizes para a titularidade e gestão das chamadas terras da Marinha.

A afirmação foi feita durante entrevista, nesta quarta-feira (19), ao programa “Bom Dia, Ministro”.

Segundo ele, apesar de polêmica, a proposta apresenta alguns pontos positivos, como maior arrecadação para o Governo, geração de empregos e renda, além de investimentos “em locais onde não há infraestrutura instalada”.

As áreas marinhas são terras localizadas num raio de até 33 metros da linha da maré alta. A PEC teve seu texto aprovado em dois turnos na Câmara dos Deputados e está em discussão no Senado.

“Esse tema se tornou um tema muito polêmico, principalmente com o envolvimento de um jogador de futebol [Neymar] e uma atriz [Luana Piovani]que estavam debatendo [em público o assunto]. Houve também uma grande emissora que lhe deu um apelido, [dando a ideia] que ele vai privatizar as praias. Quando um projeto ganha um apelido como esse, muitas vezes acaba fugindo da realidade. Isso gerou debate e discussão sobre esse projeto, que tem muitos pontos positivos”, disse o ministro.

Tamanho das versões

Na avaliação de Celso Sabino, esse projeto dificilmente será votado, pelo “volume e dimensão das versões que o permearam”.

“Não vejo possibilidade de alguém chegar e dizer ‘olha, a partir de agora, lá na praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, vamos atravessar um riacho e só entra quem paga taxa porque eu vendi isso aqui para A ou para B. Acho que quem pensou isso está muito errado. Mas eu acho [o assunto] merece um debate mais técnico e aprofundado”, argumentou.

Ele acrescentou que a legislação dessas regiões tangentes aos rios e oceanos diz que essas áreas pertencem ao governo federal, mas que nelas vivem pessoas, bem como empresas que as exploram.

“Eles [habitantes e empresas] legalmente têm direitos. Não propriedade, que pertence ao governo federal, mas posse. Por esta posse é paga uma espécie de tributo anual. Se bem me lembro, não é laudêmio”, disse referindo-se ao imposto chamado foro, pago anualmente pela posse útil do imóvel.

Arrecadação e investimentos

“O governo tem alguma receita com isso. De acordo com esse projeto, uma pessoa que morasse ali há 40 anos, naquela casa, poderia adquirir o imóvel. Não apenas posse. O governo teria então amplas receitas com isso. Em vez de ter um faturamento de talvez R$ 1 mil por ano, eu poderia vender aquele imóvel por milhões de reais. Multiplique isso por milhares de imóveis semelhantes em todo o Brasil às margens de rios e oceanos”, argumentou.

Outro ponto do projeto elogiado pelo ministro são os investimentos que poderão ser feitos pela iniciativa privada nessas áreas. “No mundo todo há a instalação de grandes projetos com custos altíssimos e que empregam milhares de pessoas”, argumentou.

“No caso de praias em locais onde não há infraestruturas instaladas, onde ninguém vai; um lugar paradisíaco e atrativo, podemos atrair um grande empresário nacional e internacional para fazer ali um investimento. É como na Grécia, nos Estados Unidos, na Turquia e em outros lugares do mundo. Um empreendimento de repente investirá bilhões de reais e gerará milhares de empregos diretos, impulsionando a economia e captando recursos das pessoas que vão ficar lá”, acrescentou.

Por fim, defendeu que o assunto seja debatido de forma “livre de ideologia partidária ou de ideologia política” e com “respeito aos direitos adquiridos de todos e com propriedade garantida aos brasileiros nessas áreas”.