O governo federal só dará prazo para a reabertura do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, após o término da avaliação técnica realizada pela concessionária Fraport. Os resultados do diagnóstico devem sair em quatro semanas.
O alerta foi feito nesta terça-feira (18/6) pelo ministro da Secretaria Extraordinária da Recuperação do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, e pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Segundo Sílvio, todos os prazos divulgados até agora não condizem com o cronograma do governo. A Fraport havia divulgado previsão de reabertura apenas em dezembro. Em meio ao barulho, os ministros disseram ainda que a empresa negou a possibilidade de entregar a concessão, o que foi discutido por representantes da empresa alemã no Brasil.
“Fomos informados mais uma vez, agora pelo CEO global da empresa, que necessitam de quatro semanas para concluir as análises técnicas que estão a ser feitas às condições de segurança da pista e demais equipamentos afetados pela inundação”, disse Pimenta aos jornalistas.
Representantes do governo se reuniram nesta terça-feira, no Planalto, com executivos da Fraport, incluindo o CEO global, Stefan Schulte, que participaram remotamente. A reunião foi orientada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Após a conclusão do diagnóstico, Schulte virá ao Brasil nos dias 17 e 18 de julho para reuniões com o governo.
“Só podemos dar qualquer posição oficial sobre o prazo para reabertura do aeroporto após o diagnóstico. Quaisquer prazos estabelecidos até agora são prazos que não correspondem à posição oficial do governo. Vamos esperar essas quatro semanas para termos uma ideia do estado da pista”, comentou Silvio Costa Filho.
Além do estado da pista, o diagnóstico estuda o estado dos equipamentos necessários ao funcionamento do aeroporto, especialmente das subestações de energia. Segundo Pimenta, esses elementos são “essenciais e incontornáveis” para a retomada das atividades do aeroporto. Ele avaliou ainda que os voos deveriam retornar gradativamente, quando possível.
O ministro dos Portos e Aeroportos destacou ainda que toda a área do terminal já foi limpa, tendo o terminal de cargas sido reaberto na semana passada para operações rodoviárias. Ele disse ainda que o governo reforçará aeroportos e bases alternativas no Rio Grande do Sul, como os de Caxias do Sul e Canoas, que estão recebendo voos originalmente destinados à capital gaúcha. Atualmente são sete voos diários para o estado e outros três devem ser liberados na próxima semana, segundo o chefe do ministério.
Governo nega que Fraport tenha ameaçado devolver concessão
Os ministros informaram ainda que o CEO global da Fraport negou a possibilidade de a empresa entregar a concessão. Na semana passada, o CEO brasileiro da empresa, Andrea Pal, disse que a empresa poderia devolver o aeroporto ao governo se não recebesse dinheiro público para a reconstrução.
“Essa possível conclusão, questionando se a Fraport continuará operando ou não, nada mais é do que uma ilusão”, comentou Silvio. Questionado, ele disse que perguntou diretamente a Stefan Schulte sobre a possibilidade, que classificou a fala do CEO brasileiro como “inadequada”.
O ministro pediu ainda que a retomada do aeroporto não seja utilizada para fins políticos. “Precisamos ter responsabilidade cívica para podermos tratar a questão aeroportuária de forma responsável e sem politizá-la”, apontou.
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