O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na noite desta terça-feira, 18, que a discussão do projeto de lei que equipara o aborto ao crime de homicídio será realizada no segundo semestre, após o recesso. parlamentar. O deputado disse ainda que antes da votação do projeto será formada uma comissão representativa para debater o assunto.
Lira enfatizou que o projeto será amplamente discutido e que não será votado antes de ser debatido na Câmara. Na semana passada, porém, a Câmara aprovou a urgência para tramitação da proposta, o que significa que ela poderá ser discutida e votada diretamente no plenário, sem necessidade de passar por comissões.
“Desde o primeiro momento esse tema entrou na ordem do dia e, como foi dito, a prática desta Câmara, da Câmara dos Deputados, do colégio de líderes, desta legislatura, sempre foi a de nunca votar um assunto importante sem um amplo debate. nesta Casa”, disse Lira. “Todas as questões importantes votadas foram discutidas e amplamente debatidas com parlamentares, representantes da sociedade civil e líderes partidários.”
O presidente da Câmara continuou, dizendo que, neste caso, seria importante que “a discussão se processasse de forma ainda mais flagrante, ainda mais clara” para “chegar a um termo que crie normas jurídicas, humanas, morais e segurança científica para todo e qualquer projeto que venha a ser debatido”.
Lira afirmou que “nada retroagirá aos direitos já garantidos, e nada avançará que traga algum dano às mulheres. Nenhuma destas questões nunca foi e nunca será tema de discussão num colégio de dirigentes”, mas concluiu dizendo que a Câmara nunca se esquivou de debater temas espinhosos.
O que diz a proposta
Na semana passada, os deputados aprovaram o regime emergencial de tramitação do PL que equipara o aborto ao crime de homicídio. Com isso, o texto segue direto para votação no plenário, sem passar por análise em comissões temáticas.
Apresentado por deputados da bancada evangélica, o projeto propõe pena de seis a vinte anos para quem praticar aborto após 22 semanas de gestação, inclusive em caso de estupro. A pena para estupro é de seis a dez anos – isso significa que uma mulher estuprada que engravida e recorre ao aborto após a 22ª semana pode ser condenada a uma pena maior que a do estuprador.
Hoje o aborto é permitido em casos de estupro, risco de vida da mulher ou anencefalia fetal. Ó O Código Penal, porém, não estabelece prazo gestacional para o aborto legal. Além dos três casos previstos na legislação, a pena varia de um a três anos, quando a interrupção da gravidez for causada pela gestante, e de três a dez anos, quando ocorrer sem o seu consentimento ou for causada por terceiros. festas.
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