Não é mais problema do governo, diz Lula sobre compensação pela desoneração da folha

Não é mais problema do governo, diz Lula sobre compensação pela desoneração da folha


“Agora, os empresários deveriam reunir-se, discutir e apresentar uma proposta de compensação ao ministro das Finanças”, disse.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

“Agora que os empresários se reúnam, discutam e apresentem uma proposta de remuneração ao ministro da Fazenda”, disse. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (15), na Itália, que encontrar uma solução para compensar as perdas de arrecadação com a prorrogação das medidas de alívio da folha de pagamento “não é mais problema do governo”.

“Quem critica os gastos do governo são os mesmos que foram ao Senado aprovar a isenção para 17 grupos empresariais. São os mesmos. E tiveram que fazer uma compensação para cobrir o dinheiro do alívio fiscal e não quiseram fazê-lo”, disse o presidente, que foi à Europa participar nas conversações após a cimeira do G7.

“Eu disse ao Haddad: isso não é mais um problema de governo. É problema deles agora. A decisão do Supremo diz que em até 45 dias, se não houver acordo, meu veto é válido. Então não haverá alívio. Então, agora que os empresários se reúnam, discutam e apresentem uma proposta de compensação ao ministro das Finanças”, disse.

O presidente se referia ao seu veto à prorrogação da isenção da folha de pagamento para 17 setores diferentes da economia, que foi derrubado pelo Congresso Nacional.

Após a derrubada do veto, o governo chegou a um acordo com os parlamentares, mediado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que deu prazo para que fosse apresentada uma alternativa de arrecadação para garantir que o governo não perdesse receita.

Na semana passada, o Ministério da Fazenda apresentou a medida provisória PIS/Cofins, que visava compensar a perda de arrecadação.

A medida provisória (MP) propôs que os créditos tributários e as contribuições previdenciárias fossem utilizados para esse fim, reduzindo sua utilização, pelos setores econômicos, para outros pagamentos que não o PIS e a Cofins.

A medida provocou reações de setores econômicos, que acusaram o governo de falta de diálogo, falta de preocupação com a redução de despesas e aumento da insegurança jurídica.

Por fim, o Congresso decidiu devolver parte da MP, no que foi considerado uma derrota para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em sua luta para atingir o déficit fiscal zero este ano.