Ministro da Educação pede fim da greve nas universidades em audiência na Câmara – Notícias

Ministro da Educação pede fim da greve nas universidades em audiência na Câmara – Notícias


12/06/2024 – 15:34

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Camilo Santana: “Reabrimos todas as mesas de negociação para ouvir as categorias”

O ministro da Educação, Camilo Santana, pediu o fim da greve nas universidades federais, em audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (12).

Segundo o ministro, o governo reconhece o papel dos servidores públicos federais e, por isso, saudou o movimento grevista e fez propostas de reestruturação de carreiras e reajuste de benefícios a serem implementadas até 2026, o que justificaria o fim de uma greve que já dura três meses.

“Depois de anos sem reajustes, no primeiro ano do governo do presidente Lula, foi dado reajuste de 9% a todos os servidores públicos federais”, avaliou Camilo Santana. “Reabrimos todas as mesas de negociação para ouvir as categorias. Já foram feitas propostas para professores e funcionários técnico-administrativos. Pela proposta dos professores, com os 9% do ano passado e a mudança de carreira, o aumento varia de 23% a 43% em quatro anos de governo.”

PNE
Em mais de três horas de audiência na Comissão de Educação, Camilo Santana respondeu perguntas de parlamentares sobre diversos temas.

Provocado pelos deputados Pedro Uczai (PT-SC) e Adriana Ventura (Novo-SP), que sugeriram a audiência, o ministro informou que o projeto do novo Plano Nacional de Educação (PNE), com objetivos para a educação nos próximos dez anos, está focado em objetivos bem definidos.

“Um documento estritamente técnico, muito bem elaborado, chegará aqui nesta Casa. Vocês terão a oportunidade de se aprofundar para que possamos definir, o mais rápido possível, as metas e compromissos do nosso país na educação pública e na educação em geral”, anunciou Santana.

Escolas cívico-militares
Outro ponto discutido no encontro foi o encerramento, pelo governo federal, do Programa Nacional de Escolas Cívico-Militar, criado em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro.

Representante Pr. Marco Feliciano (PL-SP) disse que a extinção ainda causa perplexidade nas famílias brasileiras. Ele perguntou ao ministro se a disciplina atrapalha a educação.

Camilo Santana respondeu que o programa seria inconstitucional e que não haveria dados científicos sobre as taxas de evasão serem mais baixas nas escolas cívico-militares. Segundo o ministro, toda escola precisa ter disciplina e regras.

“Precisamos acabar com toda essa polarização. Temos muitas experiências positivas. Governador Caiado [Ronaldo Caiado, de Goiás], contrário ao governo, foi ao Ceará conhecer a experiência a implementar em Goiás. Em Goiás, Paraná, Espírito Santo, Piauí, Ceará. Não precisamos reinventar a roda”, declarou o ministro.

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Adriana Ventura questionada sobre o projeto do novo Plano Nacional de Educação

EAD
O ministro informou ainda que o governo não é contra o Ensino a Distância (EAD), mas destacou a importância da construção de um novo marco regulatório para essa modalidade de ensino. O comentário foi feito em relação à decisão do Ministério da Educação de suspender até 10 de março de 2025 a criação de novos cursos de graduação e o aumento de vagas e polos de ensino a distância.

“Não somos contra a EAD. O que estamos discutindo é que precisa de um novo marco regulatório para isso. A medida que tomamos agora é não permitir a abertura de novas vagas de graduação que sejam 100% a distância. Segundo o Enad, que avalia a qualidade do ensino das licenciaturas no Brasil, de zero a dez, todas as notas ficaram abaixo de cinco. Esse é o professor que vai para a educação básica”, considerou.

Ações
Na audiência, o ministro da Educação detalhou a atuação de sua secretaria em quase um ano e meio de governo Lula. Entre as medidas tomadas, ele citou adequações nos programas de transporte escolar e livro didático e a retomada de obras suspensas.

A alfabetização infantil é uma das prioridades da gestão e conta com o apoio de todos os estados brasileiros e de quase todos os municípios, segundo Camilo Santana. Segundo ele lembrou, 61% das crianças brasileiras não sabem ler e escrever ao final do 2º ano do ensino fundamental.

“O pacto para superar o analfabetismo precisa ser um compromisso do Brasil. Ainda temos 11 milhões de analfabetos neste país. A grande maioria tem mais de 40 anos. Deve haver uma estratégia de educação profissional para esse público. Vamos investir R$ 4 bilhões até o final deste governo em política integrada”, disse Santana.

Reportagem – Noeli Nobre
Edição – Geórgia Moraes



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