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A Editorial Sul
| 11 de junho de 2024
Embora a discussão em torno do aspartame ainda esteja em curso, outros itens estão mais consistentemente ligados ao cancro.
Foto: Freepik
Embora a discussão em torno do aspartame ainda esteja em curso, outros itens estão mais consistentemente ligados ao cancro. (Foto: Freepik)
Em julho do ano passado, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), tomou uma decisão sobre um ingrediente comum em produtos sem açúcar e em lares de todo o planeta: incluía o adoçante aspartame artificial na lista de itens “possivelmente cancerígenos”.
A categoria, oficialmente chamada de 2B, diz respeito a itens cujas evidências apontam relação com tumores, mas de forma limitada tanto em estudos em animais quanto em humanos. A medida pode surpreender, mas a classificação da Iarc abrange também uma série de outros alimentos comuns, como carnes vermelhas e processadas.
Mas afinal, o aspartame é cancerígeno? Que outros itens podem aumentar o risco de uma doença oncológica? E o que são considerados limites de ingestão seguros? Em relação ao aspartame, a autoridade da OMS destaca que os poucos estudos encontraram uma possível relação com o carcinoma hepatocelular, um tipo de tumor hepático.
Porém, na avaliação dos riscos, que estabelece o perigo real para o consumidor, o Comité Misto de Peritos em Aditivos Alimentares da OMS e da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) decidiu que não são suficientes para alterar o limite diário de consumo considerado seguro. , 40 mg por kg de peso corporal.
No entanto, especialistas apontam que há motivos para reduzir a substância, já que ela acabou por não ser tão inofensiva quanto se pensava quando foi descoberta na década de 1960. O Instituto Nacional do Câncer (Inca), por exemplo, em nota técnica publicada após a decisão da OMS, defendeu “evitar o consumo de qualquer tipo de adoçante artificial”: “é imprescindível avaliar cuidadosamente o uso dessa substância”.
“A maioria dos estudos são em modelos animais, porque não podemos testar diretamente o efeito do consumo em humanos. O trabalho que temos (com humanos) é observacional, mas indica de facto uma associação. Sabemos que estudos em modelos animais utilizaram doses muito elevadas, mas como não podemos replicá-las em humanos é difícil estabelecer a quantidade exata que seria realmente segura. Então o ideal é evitá-lo, principalmente se você tiver outros fatores de risco”, recomenda Andrea Pereira, nutricionista e membro do Comitê Multidisciplinar da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
Carnes vermelhas e salsichas
Embora a discussão em torno do aspartame ainda esteja em curso, outros itens estão mais consistentemente ligados ao cancro. O Inca, em suas orientações de prevenção, destaca cinco delas: carne vermelha, carnes processadas, alimentos ultraprocessados em geral, álcool e consumo de bebidas muito quentes.
As carnes vermelhas, como bovina, suína, ovina e caprina, presentes de forma tão significativa no prato da população brasileira, podem surpreender. A Iarc, da OMS, classifica o alimento na categoria 2A, como “provavelmente cancerígeno”. Isto significa que há evidências mais robustas, especialmente entre animais, neste caso ligando a alimentação a tumores colorretais, pancreáticos e de próstata.
Segundo o Inca, o alimento é rico em nutrientes importantes, como vitaminas e minerais, mas contém uma forma de ferro chamada heme, derivada de glóbulos vermelhos e células musculares, que, em excesso, aumenta o risco de câncer. Por isso, tanto o instituto brasileiro quanto o World Cancer Research Fund International sugerem limitar o consumo a 500g por semana, o que equivale a cerca de três porções.
Porém, o que é mais preocupante, incluídos no grupo 1 da tabela Iarc, de itens comprovadamente cancerígenos, são as carnes processadas ou processadas, ligadas ao câncer colorretal e de estômago. Alguns exemplos são presunto, linguiça, linguiça, bacon, salame, mortadela e peito de peru.
Neste caso, não existe um limite recomendado considerado seguro – o consumo deve ser evitado ao máximo. O mesmo se orienta em relação aos alimentos ultraprocessados em geral, aqueles produtos prontos para consumir ou aquecer, geralmente embalados, como lasanhas, salgadinhos, biscoitos, alimentos do tipo fast food, bebidas açucaradas, entre outros.
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11/06/2024
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