Um dos maiores galãs da Globo nas décadas de 2000 e 2010, Marcelo Antônio, de 59 anos, anunciou recentemente que trabalha como agente imobiliário de luxo em Portugal, onde vive desde 2018 com a mulher, a chef Carolina Hollinger Villar, e alguns dos cinco filhos. Em entrevista a VEJA, o ator fala sobre sua nova empreitada no ramo imobiliário, a decisão de permanecer na Europa e a dinâmica com os filhos.
Antony é pai de Francisco, Stephanie — que adotou com a atriz Mônica Torres, seu relacionamento anterior com Carolina — e de Lorenzo, fruto do relacionamento atual, além de padrasto de Lucas e Louis, filhos de sua esposa.
Confira a entrevista na íntegra:
Você foi uma das maiores estrelas das novelas da Globo nas décadas de 2000 e 2010 e agora assume o papel de consultor imobiliário de luxo em Portugal. Como surgiu esta oportunidade? Já Estou em Portugal há seis anos, então recebo muitos amigos e familiares que sempre me visitam, alguns até se mudaram para cá, e como já tenho um certo expertise no ambiente de morar aqui em Portugal, sempre tive amigos pedindo minhas dicas. e comecei a comprar alguns apartamentos para eles. Numa dessas visitas conheci Andrew Freire, que já trabalhava para [corretora] A Agência, e ele me perguntou se eu queria rentabilizar esse trabalho, já que estava fazendo de graça. Eu achei interessante. Após algumas conversas, recebi o convite oficial para integrar a equipa em Portugal e aceitei. A Agência trabalha com imóveis de alto padrão e luxo, mas também possui outras modalidades.
E tem uma série da Netflix sobre a família que fundou a agência, certo? Sim, é de Mauricio Umansky, Os corretores de imóveis de Beverly Hills.
O que o levou a aceitar a proposta? Eu eEstava fazendo trabalhos esporádicos como ator e percebi que uma coisa não afeta a outra. É óbvio que a fofoca acaba dizendo que abandonei a carreira e isso não é verdade, pois minha profissão de ator me permite trabalhar até envelhecer, até morrer. Então, eu queria combinar as duas coisas. Acho que não aceitaria se fosse uma empresa menor, mas, conhecendo mais sobre o universo do mercado de alto padrão e vendo que a The Agency é uma das maiores imobiliárias nesse sentido no mundo, eu pensei: ‘Tem uma veia aí para mim’. Eu poderia usar minha imagem para divulgar o trabalho e isso teve um impacto absurdo.
Então você pretende continuar atuando? Sou muito seletivo. Até recebi alguns convites, mas os convites não me agradam muito. E como já desempenhei muitos papéis, dos mais variados e grandiosos, não me sinto desafiado na minha profissão. Eu não queria atuar só por atuar ou só para ganhar dinheiro, sabe? E esta nova profissão é um grande desafio para mim. Gosto de desafios. Tenho um restaurante no Rio de Janeiro, outro aqui em Lisboa, então já sou empresário há algum tempo. As pessoas gostam de fofoca, faz parte do jogo, mas o que importa é que estou muito feliz e muito consciente do que estou fazendo, pois se abriu uma porta com muitas possibilidades obviamente financeiras.
Ser agente imobiliário de luxo em Portugal é mais rentável do que ser ator? Sim, ganha muito mais dinheiro do que ser ator. No meu caso, onde estou e no meu nicho, talvez três a cinco vezes mais — levando em conta o que eu ganhava no meu auge como ator.
Quanto é a comissão de um imóvel à venda lá? A comissão de qualquer corretora varia de 5 a 6%. Há imóveis de 500 mil a 600 mil euros [2,8 a 3,4 milhões de reais]mas basicamente trabalho com imóveis que variam entre 5 e 10 milhões de euros [28 a 56 milhões de reais].
Você já vendeu algum imóvel? Ainda não. Estou em processo de venda de alguns.
Mora com a família em Portugal desde 2018, quando aceitou estrelar novela portuguesa Valor da Vida, da TVI. Por que você decidiu ficar? Antes de receber o convite da TVI para fazer aqui uma novela, já estava muito inquieto e insatisfeito por viver no Brasil, muito por causa dos meus filhos, que eram adolescentes na altura. Então eu estava me organizando para mudar com minha família para Orlando, Flórida, mas aí veio esse convite para vir para Portugal, e não ditamos o destino de Deus. Procurei minha esposa, Caroline, e decidimos vir para Portugal, o que foi mais rápido do que mudar para Orlando. E como eu não ia ficar dez meses longe da minha família, viemos todos. Quando a novela acabou, vimos com nossos filhos se eles estavam felizes — porque eu não queria forçá-los a fazer algo que eles não queriam, e eles disseram que sim, então ficamos.
Você recebeu críticas por se tornar um corretor? Não me importo com a opinião pública, o que importa para mim é a opinião da minha família. Há quem menospreze a minha atitude, mas a reação foi extremamente positiva, algo que eu nem imaginava. Vi muitos comentários positivos, claro que não há unanimidade, mas vi pessoas quase orgulhosas por eu ter tomado uma decisão que muita gente não teria coragem de expor. ‘Ah, porque ele virou corretor de imóveis’, mas aí eu faço aquela piada dizendo ‘eu poderia estar matando, poderia estar roubando’. Mas estou aqui porque muitos têm medo de sair de suas zonas de segurança, mas estou muito apegado à minha fé e ao que acredito. E tudo ficará bem.
No ano passado, você mencionou em uma entrevista que alguns de seus filhos trabalhavam como auxiliares de cozinha, limpando e passeando com cães. Eles ainda estão fazendo esses trabalhos? Sim, eles ainda estão trabalhando nisso, porque aqui cada centavo conta. Viram que ali podiam ganhar 40, 60 euros. Lucas e Loius, que são meus enteados, mas os considero meus filhos porque os conheço desde pequenos, estão juntando dinheiro para morar na Holanda. Francisco trabalha como auxiliar de cozinha e quer iniciar o curso de gastronomia daqui a dois anos, pois quer ser chef. Eles não estariam fazendo isso no Brasil, porque você não pode trabalhar como auxiliar de cozinha, limpar ou passear com cachorro no Brasil. Stephanie mudou-se para os Estados Unidos, casou-se com um americano e mora na Filadélfia. Hoje eu, a Carolina, o Lorenzo, que é o filho que tivemos juntos, o Lucas e o Loius moramos em Cascais, a 20 quilómetros de Lisboa. E o Francisco tem uma vida mais independente em Lisboa, morando sozinho num apartamento que eu ajudo a pagar.
Alguns brasileiros infelizmente sofrem de xenofobia em Portugal. Você já enfrentou ou presenciou uma situação semelhante? Nunca passei, mas acho que foi porque fui privilegiado. As novelas brasileiras fazem muito sucesso aqui e em outros países. Durante uma visita, um cliente russo até me reconheceu de uma novela exportada para lá e pediu para tirar uma foto. Tive a sorte de fazer várias novelas de filé mignon na Globo e é engraçado porque estou afastado da Globo há dez anos, mas nunca saí do ar, porque continuo aparecendo em reprises no canal Viva e no Vale a pena ver novamentecomo Senhora do destino, Rei do Gado, Mulheres Apaixonadas, Paraíso Tropical. Estou no ar agora como Vida amorosaque foi meu último contrato fixo na Globo, em 2014.
Então o seu papel Malhação – Viva a Diferença, em 2017, Já era um contrato de trabalho? Sim. Saí da Globo em 2014, quando meu contrato fixo terminou. Eles não queriam renovar. Fui um dos primeiros daquele grupo de atores que a gente vê saindo da Globo, porque não renova mais ninguém.
Você acha que é mais difícil trabalhar atuando hoje em dia? Olha, sempre atuei muito, mas não assisto televisão aberta desde 2014. Depois que saí da Globo nunca mais tive vontade de assistir TV aberta. Meu canal de televisão hoje e há mais de 10 anos é o YouTube e o streaming. Vejo que passam novelas porque minha mãe assiste, minha secretária assiste. Já não reconheço os atores que estão no ar, há muitas caras novas. Muita gente me diz que sente falta dos seriados clássicos que tive a sorte de fazer. Mas hoje estou em fase de streaming. Estava na série Romancedo Prime Video e em Da ponte até lápor Máx. Faço trabalhos esporádicos que me desafiam e que consigo equilibrar com a minha vida aqui.
Você tem outros projetos planejados? Estavam me procurando para uma novela aqui em Portugal, mas ainda não fechei, e também outra produção em streaming, mas nada concreto ainda.
Acredita que suas opiniões políticas afetaram suas relações no mundo artístico? Não sei como medir isso. Não falo sobre política e não posto nada sobre política.
Você pretende voltar ao Brasil e morar no Brasil novamente algum dia? Adoraria, mas confesso que não creio que voltarei tão cedo. Vejo inúmeras possibilidades tanto agora no presente como no futuro dos meus filhos, que não querem voltar ao Brasil, não se sentem seguros em fazê-lo, porque aqui estão a uma hora, duas horas de vários países europeus . O Lucas e o Loius chegaram aqui dizendo que iam para a Suíça, porque reservaram uma passagem de 17 euros para um ônibus leito. Não existe um país perfeito, mas quando comparado com o que vivemos no Brasil, em termos de segurança, não há comparação.
Acompanhe novidades e dicas culturais nos seguintes blogs:
Tela plana para TV e streaming de notícias
O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
In Cartaz traz dicas sobre filmes no cinema e streaming
Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial
xblue
consignado aposentados
simulador picpay
fácil consignado
consignado online
consignado rápido login
consignados online
creditas consignado inss
loja de empréstimo consignado
como fazer um empréstimo no picpay
empréstimo inss aposentado