Trabalho escravo: mais de 65 mil pessoas foram resgatadas nos últimos 30 anos no Brasil

Trabalho escravo: mais de 65 mil pessoas foram resgatadas nos últimos 30 anos no Brasil


A pesquisa do Ministério do Trabalho foi divulgada na terça -feira (28), Dia Nacional para combater o trabalho de escravo

Foto: Divulgação/Mte

A pesquisa do Ministério do Trabalho foi divulgada na terça -feira (28), Dia Nacional para combater o trabalho de escravo

Nos últimos 30 anos, o governo federal resgatou cerca de 65.600 pessoas em condições de trabalho análoga à escravidão no Brasil, em mais de 8.400 ações fiscais. Os dados foram divulgados na terça -feira (28) pelo Ministério do Trabalho.

A pesquisa considera os resultados desde 1995, ano em que a existência de formas contemporâneas de escravidão foi oficialmente reconhecida. Desde 2003, mais de R $ 155 milhões em trabalho de parto e indenização foram pagos às vítimas. O valor dos anos anteriores não é possível, pois o seguro de desemprego do trabalhador resgatado foi implementado apenas naquele ano.

Os resgates são realizados pelo grupo especial de inspeção móvel, coordenado pelo Ministério do Trabalho, além das unidades regionais da agência nos Estados Unidos.

Resultados das ações de 2024

Em 2024, através da inspeção trabalhista, o governo federal realizou 1.035 ações fiscais específicas para combater o trabalho análogo à escravidão. Essas ações resultaram no resgate de 2.004 trabalhadores submetidos a degradar condições de trabalho. No ano anterior, houve mais de 3.100 pessoas resgatadas, a maior dos últimos 14 anos.

As operações de 2024 garantiram o pagamento de R $ 7.061.526,03 em trabalho de parto e indenização. A política pública para combater o trabalho escravo atingiu 5.741 trabalhadores, incluindo aqueles cujos direitos foram verificados e garantidos pelos auditores trabalhistas.

As inspeções ocorreram em todo o território nacional, tanto pela GEFM (grupo especial sobre inspeção móvel) quanto pelas unidades regionais do Ministério do Trabalho nos Estados Unidos.

Os números revelam crescimento significativo no número de trabalhadores resgatados em áreas urbanas, que representavam 30% do total de pessoas em condições análogas à escravidão identificada em 2024.

No escopo doméstico, a inspeção trabalhista realizou 22 ações fiscais específicas, resultando no resgate de 19 trabalhadores. Em um comunicado, o ministério disse que está desenvolvendo uma agenda específica para trabalhadores e mulheres domésticas, considerando as vulnerabilidades sociais específicas enfrentadas por eles.

Os estados com o maior número de ações fiscais em 2024 foram: São Paulo (191); Minas Gerais (136); Rio Grande do Sul (82); Paraná (42) e Spirit Santos e Rio de Janeiro, ambos com (41) cada.

O número de resgatados pelos estados, os destaques foram: Minas Gerais (500); São Paulo (467); Bahia (198); Goiás (155); Pernambuco (137) e Mato Grosso do Sul (105).

Número de reclamações cresceu

Uma pesquisa do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania apontou que as queixas de 3.430 foram arquivadas no Dial 100 até 2023 – 61% a mais do que no ano anterior.

As queixas desse tipo corresponderam a 19% do total de violações dos direitos humanos informados ao serviço. Ou seja: a cada cinco reclamações apresentadas em 2023, uma era de trabalho análoga à escravidão.