BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública mostram que o Brasil teve pelo menos 78.395 casos de estupro em 2024, o que resulta em média de nove ocorrências por hora.
Entre as vítimas, a grande maioria é mulherescom 67.820 registros. Já 9.676 vítimas são do sexo masculino. Os registros não indicaram o sexo de 899 pessoas.
Os estupros aumentaram em pelo menos 11 estados de 2023 a 2024, com destaque para Paraíba, Amazonas, Amapá e Tocantins. Na Paraíba, o crescimento foi de 103,48%, passando de 575 para 1.170 casos no período.
Em nota, a Polícia Civil do Amazonas disse que o aumento é reflexo do fortalecimento das ações policiais e do crescimento do volume de denúncias feitas pela população, motivadas pela confiança no trabalho realizado pela força de segurança.
Além disso, associa o crescimento à chegada de novos delegados, investigadores e escrivães para trabalhar nas regiões do interior, fortalecendo a capacidade de atendimento e investigação. “A PC-AM tem atuado de forma preventiva e integrada às redes e órgãos de apoio”, afirmou.
Paraíba, Amapá e Tocantins também foram contatados, mas não responderam.
O número de casos deve ser ainda maior, pois São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e Roraima ainda não enviaram os dados de dezembro de 2024. Em 2023, foram registrados 82.191 estupros pelo sistema.
O ministério informou que o envio das informações cabe às secretarias de Segurança Pública dos estados e do Distrito Federal. O departamento atua recebendo e validando dados eletronicamente em parceria com entes federados.
Dez estados registram aumento de feminicídios
Os dados mostram ainda que pelo menos 1,4 mil pessoas foram vítimas de feminicídio no Brasil, com aumento registrado em dez estados. Roraima, Piauí e Maranhão lideram o ranking, com crescimento de 50%, 443,86% e 38%, respectivamente.
Os estados foram contatados, mas não comentaram. Em 2023, foram registrados 1.449 feminicídios.
A coordenadora institucional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Juliana Martins, disse que os dados deveriam ser ainda maiores, pois os crimes relacionados à violência sexual tendem a ser mais subnotificados.
Ela ressalta que o aumento de casos pode refletir tanto um crescimento real dos registros quanto uma melhoria na coleta e registro de informações.
“Os crimes sexuais são permeados por uma série de questões. Em muitos casos não são registrados. As vítimas, em muitos casos, têm dificuldade de denunciar, de confiar na polícia ou na Justiça. Não raro, são julgadas pela violência que sofreram”, disse. diz.
Martins destaca que a subnotificação também afeta os casos de feminicídio. No Brasil, muitas só são reconhecidas quando ocorrem em contexto doméstico, com características de violência cometida por parceiros ou ex-companheiros. No entanto, a lei é mais ampla do que esta definição.
Em 2024, o Congresso aprovou a lei que transforma o feminicídio em tipo penal autônomo, ao invés de mantê-lo como qualificador do homicídio. Além disso, a pena foi aumentada para até 40 anos, e o texto impede que autores de crimes contra mulheres exerçam cargos públicos.
Martins defende a importância de sensibilizar a população e formar profissionais de segurança para desenvolverem uma abordagem sensível às questões de género e às suas especificidades. Ela afirma que reverter esta realidade é um desafio, pois os crimes de género estão enraizados na cultura patriarcal e sexista, que apoia a ideia de inferioridade e subjugação das mulheres.
“Esta desigualdade de género reflecte-se na naturalização da violência. São aspectos culturais muito enraizados, infelizmente. a violência aumenta. Avançamos e recuamos. É uma luta incansável e incessante”, avaliou.
Os dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública fazem parte do Validador de Dados Estatísticos do Sinesp, plataforma que reúne índices de criminalidade informados pelos estados. A pasta lançou a ferramenta em dezembro de 2023.
No geral, o balanço revela redução no número de assassinatos no Brasil, considerando homicídios dolosos, feminicídios, roubos e lesões corporais seguidas de morte. Em 2024, o Brasil registrou 38.075 casos, ante 40.768 homicídios no ano anterior.
Desde o início do governo Lula (PT), a segurança pública tem sido um dos principais desafios enfrentados pela gestão. Tradicionalmente associadas à agenda política de direita, as propostas do Executivo enfrentam resistências tanto no Congresso Nacional como no próprio governo.
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Como mostrado por Folhao Ministério da Justiça apresentou pelo menos dez propostas de alterações legislativas em resposta às crises de segurança durante o mandato de Lula. Porém, todos permanecem estagnados, seja no Congresso ou internamente no Executivo.
Embora essas propostas tenham sido anunciadas em eventos de grande repercussão no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Lula e promovidas como soluções para crises específicas, o próprio governo tem demonstrado pouca disposição para avançar com essas agendas.
Esta postura reflecte, em parte, a estratégia de evitar ruídos que possam comprometer o processamento das prioridades da agenda económica.
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