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A Editorial Sul
| 21 de janeiro de 2025
Alexandre de Moraes é o relator das principais investigações que encerraram o cerco a Bolsonaro.
Foto: Antônio Augusto/STF
O ministro é o relator das principais investigações que encerraram o cerco a Bolsonaro. (Foto: Antônio Augusto/STF)
Com a posse de Donald Trump nos Estados Unidos para um mandato de quatro anos, alguns aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro aumentaram a expectativa de que o novo presidente americano e dono da rede X, Elon Musk, tome iniciativas contra o ministro das Relações Exteriores. Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator das principais investigações que encerraram o cerco ao brasileiro – o das joias sauditas, a trama golpista e as fake news. A leitura do cenário, porém, não é compartilhada por todos os interlocutores de Bolsonaro.
A análise de alguns que cercam o ex-presidente é que a negação de Moraes ao pedido de sua defesa para que ele recuperasse seu passaporte e fosse autorizado a viajar aos EUA para assistir à posse de Trump, embora criticada, ajudou a reforçar a narrativa bolsonarista de perseguição legal entre Aliados americanos.
Esses mesmos aliados acreditam que um sinal verde do ministro dificultaria a argumentação de que Bolsonaro é vítima de “lawfare”, termo usado pelo novo presidente americano para se referir às diversas investigações abertas contra ele durante o governo de Joe Biden. O ex-presidente foi convidado por Trump e acabou representado pelo filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pela ex-primeira-dama Michelle.
“Por esta razão, eu estava pessoalmente torcendo pela rejeição do pedido, e muitas pessoas ao redor também”, confidenciou anonimamente, um aliado de Bolsonaro envolvido na caravana de deputados que viajou para assistir à posse em Washington.
Na semana passada, Eduardo comparou a situação do pai com a do líder americano ao agradecer à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, controlada pelo partido de Trump, por criticar a decisão de Moraes de vetar sua viagem ao exterior.
Esses mesmos interlocutores do bolsonarismo admitem com ressalvas que não há uma definição clara do que Trump e Musk poderiam fazer para retaliar o ministro ou pressionar o STF na reta final da investigação da trama golpista, com denúncia do procurador General’s Office (PGR) a caminho, mas consideram que um aliado próximo na Sala Oval da Casa Branca contribui muito para “mudar o jogo”.
O próprio Bolsonaro expressou essa opinião em conversa com jornalistas no último sábado (18) no aeroporto de Brasília.
“Sem certeza, se ele me convidou, tem certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil tirando a inelegibilidade política, como essas duas minhas que eu tive”, disse o ex-presidente, que acrescentou que não daria “palpites ou sugestões ” sobre como o aliado dos EUA poderia ajudar com sua situação jurídica.
“Só a presença dele, o que ele quer, só ações. Ele não admitirá que certas pessoas ao redor do mundo persigam oponentes, o que ele chama de lawfare, que ele sofreu lá. Grande semelhança entre ele e eu. Ele também foi atacado.”
No ano passado, deputados trumpistas apresentaram um projeto de lei que buscava revogar o visto americano de Moraes durante a briga pública entre o magistrado e Musk pela suspensão do X no Brasil depois que a plataforma descumpriu decisões da Suprema Corte. Um segundo texto apresentado na Câmara dos Deputados dos EUA defendia a mesma medida para todos os ministros do STF, o que foi visto com ironia por Moraes.
“Quem será o primeiro a perder o passaporte?” Moraes disse recentemente a um colega do STF. O próprio ministro costuma priorizar as viagens à Europa em detrimento dos Estados Unidos – e já foi assediado por uma família do interior de São Paulo enquanto aguardava o embarque no aeroporto internacional de Roma.
Essas proposições continuam disponíveis, observa um bolsonarista, que lembra também que o Partido Republicano de Trump controla hoje as duas Casas do Congresso, além da presidência.
Quem aposta numa eventual ajuda do trumpismo conta com a influência de Elon Musk, que mergulhou de cabeça na campanha do agora presidente Trump e se tornou um dos seus aliados mais próximos durante a transição. O bilionário sul-africano foi escolhido para liderar o Departamento de Eficiência Governamental, que visa reformar o sistema público americano, e terá gabinete próprio dentro da Casa Branca.
Musk entrou em confronto com Moraes e já chamou o ministro de ditador e exigiu sua renúncia e prisão. A briga, que tem como pano de fundo as decisões sigilosas do STF de retirar conteúdos e perfis sob o pretexto de combater ataques à democracia e à desinformação, resultou na inclusão do dono do X no inquérito da milícia digital e em procedimento aberto pela Polícia Federal ( PF) para investigar suas investidas contra o magistrado.
O empresário considera Moraes um inimigo pessoal e costuma se divertir com memes bolsonaristas em tom de brincadeira sobre a aparência física do ministro. Essa antipatia, avaliam, poderia ser um recurso importante para convencer o governo Trump a pressionar o STF brasileiro. A informação é do blog de Malu Gaspar, do portal de notícias O Globo.
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Aliados de Bolsonaro apostam na ofensiva de Donald Trump e Elon Musk contra Alexandre de Moraes
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