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A Editorial Sul
| 19 de janeiro de 2025
A tentativa frustrada do governo de aumentar a fiscalização das transações acima de R$ 5 mil com Pix por meio de fintechs gerou uma onda de notícias falsas. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Fintechs e Pix abriram serviços bancários para 60 milhões de brasileiros nos últimos 10 anos. O número de novos correntistas em uma década equivale a mais da metade da força de trabalho do país, estimada em 110,6 milhões de pessoas pelo IBGE em novembro. A tentativa frustrada do governo de aumentar a fiscalização das transações acima de R$ 5 mil com Pix por meio de fintechs gerou uma onda de notícias falsas sobre a medida com a resistência de uma parcela de recém-bancarizados que temem a tributação e cair na rede tênue. da Receita. A medida foi importante para que o Fisco ampliasse sua atuação contra a sonegação fiscal e crimes financeiros para além dos bancos tradicionais, mas foi suspensa pelo governo.
Ruan Alves da Silva, 26 anos, morador de Mesquita, Região Metropolitana do Rio, trabalha há mais de uma década como vendedor ambulante no centro do Rio. Ele abriu sua própria barraca já maior e viu as vendas crescerem nos últimos anos, o que atribui ao muito suor e à possibilidade de abrir a primeira conta em uma instituição financeira. Hoje, ele movimenta entre R$ 3 mil e R$ 4 mil por mês e, mesmo fora do limite estabelecido pela Receita Federal, disse estar aliviado pelo governo ter desistido de taxar o Pix, sem saber que isso nunca foi previsto ou anunciado. Com conta em banco digital, oferece pagamento por cartão e via Pix, que é hoje o carro-chefe do negócio:
— Resolvo tudo pelo aplicativo e, como movo uma boa quantidade de mercadorias e pago minhas contas em dia, ganhei nome. Já possuo cartão de crédito, além de outros benefícios. Quem não tem maquininha ou Pix perde vendas. O cliente diz que retirará o dinheiro e dificilmente retornará.
‘Dinheiro na mão passa rápido’
Além de facilitar as vendas, ele conta que a oportunidade de entrar no sistema financeiro foi decisiva para começar a economizar:
— Minha vida mudou. Comecei a economizar mais com a conta. O dinheiro na mão passa muito rápido, gastamos mais. Hoje posso planejar e saber quanto estou gastando.
Notícias: entenda como funciona o Pix e quais novidades o BC prevê para 2025
Ruan é um exemplo claro do perfil dos novos brasileiros bancarizados pelas 1.476 fintechs que atuam no país. A radiografia do setor mostra que 80% deles são pessoas físicas que realizam transações entre R$ 2 mil e R$ 4 mil por mês em transações básicas, como pagamentos via Pix e microcrédito, segundo perfil elaborado pela ABFintechs, com base em dados do Banco Central, Instituto Locomotiva, Sebrae e Grupo Gerson Lehman (GLG). O Pix se consolidou como método preferencial para pagamentos em pequenas empresas e transferências familiares, afirma ABFintechs.
Os microempreendedores individuais (MEIs) representam 20% dos novos banqueiros, com faturamento mensal de R$ 5 mil a R$ 10 mil, principalmente para recebimentos e pagamentos comerciais.
— As pessoas recorreram às fintechs para realizar transações cotidianas, como pagamento de contas, transferências e, mais recentemente, Pix, e não coisas sofisticadas. Essas pessoas não tinham conta bancária ou perderam o acesso aos bancos — diz Diego Perez, presidente da ABFintechs. A informação é do jornal O Globo.
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A crise do Pix na semana passada lançou luz sobre um fenômeno no Brasil. Nos últimos dez anos, cerca de 60 milhões de brasileiros e empresários entraram no sistema financeiro dessa forma
19/01/2025
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