O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, respondeu às críticas feitas pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), aos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Programa de Pagamento Integral da Dívida com a União (Propag) . O texto, que regulamenta a renegociação das dívidas dos estados com a União, foi sancionado na última terça-feira (14).
No X (antigo Twitter), Haddad afirmou que Zema “ataca o governo federal, mas esconde a verdade”.
“O governador de Minas Gerais Romeu Zema usou essa rede para atacar o governo federal, mas, como é costume no bolsonarismo, esconde a verdade”, publicou o ministro. Alegou ainda que Zema não apresentou, em reunião com o Ministério da Fazenda, proposta de renegociação inferior à aprovada e sancionada.
Segundo Haddad, o veto criticado pelo governador de Minas Gerais dizia respeito a um trecho que obrigaria a União a pagar dívidas estaduais com bancos privados. “O governador também parece ter esquecido outra informação: critica privilégios ao sancionar o aumento do próprio salário em 298%, durante o período do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), inclusive”, acrescentou.
Romeu Zema ele também usou o X para se opor aos vetos presidenciais. As postagens foram feitas na terça-feira, assim que foram publicados os vetos. Ele afirmou que as mudanças trarão prejuízo de R$ 5 bilhões para Minas Gerais entre 2025 e 2026, acusando o governo federal de impor a conta dos seus “gastos” aos estados.
“Apesar da receita federal recorde: R$ 2,4 trilhões em 2024”, criticou o governador, alegando que os recursos seriam usados para “sustentar privilégios e regalias” da administração federal.
Em entrevista coletiva, Zema declarou que Minas não aderirá à Propag se os vetos não forem derrubados. “Esperamos que esses vetos caiam. A Propag, na sua forma mutilada, não viabiliza nada. Se for para ficar como está, não vamos aderir, porque é pior que o Regime de Recuperação Fiscal”, afirmou.
Zema também elogiou o texto original do projeto, elaborado pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e acusou o governo federal de desfigurar a proposta. “O projeto muito bom do senador Rodrigo Pacheco, que nos deixou satisfeitos, foi completamente mutilado pelo governo federal”, criticou.
O governador revelou ainda que está trabalhando com os governadores Eduardo Leite (RS), Cláudio Castro (RJ) e Ronaldo Caiado (GO) para tentar reverter os vetos. Segundo ele, os líderes estaduais deverão se reunir em Brasília ainda este mês para discutir os próximos passos.
Uma das principais derrotas do governador mineiro foi o veto ao acúmulo de benefícios durante a transição entre RRF e Propag. Haddad argumentou que a medida evitaria sobrecarga nas contas públicas e reiterou que o governo federal agiu de forma republicana ao aprovar o texto.
“Criticar faz parte da vida política, mas creio que nem sonharam que seria possível um ato tão republicano do presidente Lula. Ele deixou de lado todas as diferenças e colocou o país em primeiro lugar”, disse Haddad em conversa com jornalistas.
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O ministro também criticou seus críticos: “Se eu fosse governador, mesmo sendo da oposição, faria um telefonema agradecendo ao governo federal pelo esforço”.
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