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A Editorial Sul
| 15 de janeiro de 2025
Para Boulos, Nikolas deveria ser responsabilizado “pelas notícias falsas que espalhou sobre o Pix”.
Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
Para Boulos, Nikolas deveria ser responsabilizado “pelas notícias falsas que espalhou sobre o Pix”. (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) disse que ajuizou ação, nesta quarta-feira (15), contra o colega parlamentar Nikolas Ferreira (PL-MG) por causa de um vídeo viral publicado pelo adversário do governo, em que fala sobre monitoramento Receita Federal no Pix. Para Boulos, Nikolas deveria ser responsabilizado “pelas notícias falsas que espalhou sobre o Pix”.
“Como todo bolsonarista, ele é um covarde. Ele fugiu do debate. Vamos ver se ele agora vai fugir do Oficial de Justiça”, escreveu Boulos em X.
O vídeo em questão tem cerca de 4 minutos de duração e, só no Instagram, foi assistido mais de 186 milhões de vezes em cerca de 24 horas. Nele, Nikolas diz que o Pix não será taxado, mas que não “duvida que possa ser”.
O deputado inicia o vídeo dizendo que o monitoramento impactará os trabalhadores informais. “Todos aqueles que lutam diariamente para ganhar a vida honestamente sofrerão. Esses trabalhadores que já vivem em situação difícil terão agora seus movimentos monitorados como se fossem grandes sonegadores de impostos. Se você arrecadar para pagar o churrasco, vai ser difícil explicar no Imposto de Renda”, afirma.
Ele prossegue dizendo que o monitoramento fará com que as pessoas prefiram usar dinheiro. “Então, esses milhões de brasileiros não vão mais usar cartão de crédito, Pix, cartão de débito. Ou transferência bancária para não cair na mira do governo, que só pensa em arrecadar dinheiro sem te oferecer nada”, continua Nikolas.
E finaliza afirmando medidas que o PL está tomando contra a nova regra da Receita Federal. “A oposição está coletando assinaturas para um projeto de lei para evitar que esse tipo de quebra de confidencialidade disfarçada de transparência seja realizada.”
Em nota, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, reforça que a cobrança de impostos ou taxas no Pix não existe e “nunca existirá”.
Além disso, afirma que não há quebra de sigilo bancário dos brasileiros. “As informações fornecidas pelas instituições financeiras são globais”, afirma o secretário. Ou seja, o IRS só conhece os valores totais movimentados mensalmente e proíbe a divulgação de detalhes das transações, como origem ou destino dos pagamentos.
O cartão de crédito já era monitorado pela Receita quando os valores ultrapassavam R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 6 mil no caso de pessoas jurídicas.
Barreirinhas esclarece ainda que a Receita Federal não ficará de olho em todas as transações atípicas, como o empréstimo de cartão de crédito a um parente. “Só porque você gastou um pouco mais em um determinado mês não significa que isso causará problemas com o IRS”, diz ele.
O governo anunciou que revogou a lei que ampliava as normas de fiscalização do Pix. Ele afirmou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará uma medida provisória para garantir que as transações via Pix não possam ser tributadas.
O que motivou esse recuo do governo foram as notícias falsas que se espalharam sobre o assunto. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nunca houve intenção de taxar essa forma de pagamento. Ele informou que o governo vai liberar uma medida provisória (MP) para garantir que não haverá imposto sobre o Pix.
A MP também determinará que é proibido diferenciar preços de produtos e serviços para pagamento à vista ou via Pix. Ou seja, não será permitida a cobrança de taxa adicional de consumidores que queiram pagar por meio de pagamento digital.
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Guilherme Boulos entra com ação judicial contra Nikolas Ferreira após vídeo viral sobre Pix
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