“População não consegue ver o governo em suas virtudes”, diz Sidônio Palmeira, novo ministro da Secretaria de Comunicação

“População não consegue ver o governo em suas virtudes”, diz Sidônio Palmeira, novo ministro da Secretaria de Comunicação


Em discurso ao tomar posse, Sidônio Palmeira (E) elogiou os dois primeiros anos do governo Lula

Foto: Reprodução de TV

O publicitário Sidônio Palmeira tomou posse nesta terça-feira (14) como novo ministro da Secom (Secretaria de Comunicações) no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A cerimônia de posse no Palácio do Planalto formaliza o início da gestão de Sidônio, que nas últimas semanas fez a transição com a equipe do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que deixa a Secom após dois anos de mandato.

Em discurso ao tomar posse, Sidônio elogiou os dois primeiros anos do governo Lula – mas disse que o “bom trabalho” não está sendo visto pela população. Sidônio afirmou que, em dois anos, Lula reorganizou o país, alcançou bons indicadores econômicos e tirou os brasileiros da pobreza – porém, parte da população não estaria identificando essas mudanças.

“Nosso país é mais uma vez respeitado pelo mundo. Mas esse trabalho não está sendo notado por parte da população. A informação sobre os serviços não chega ao fim, a população não consegue ver o governo nas suas virtudes”, disse.

A Secom é responsável pela formulação e implementação da política de comunicação do governo federal. Isto inclui a gestão da publicidade oficial, o relacionamento com a imprensa e a divulgação dos programas e ações do Executivo.

Marqueteiro de Lula na campanha de 2022, Sidônio foi escolhido para tentar melhorar a comunicação do governo. Ainda em dezembro, o presidente faria as “correções necessárias” na área.

Lula entende que a aprovação na faixa de um terço, segundo institutos de pesquisa, está aquém dos resultados do governo, como o elevado PIB (Produto Interno Bruto) e a baixa taxa de desemprego.

O presidente também espera que o novo comando da Secom consiga enfrentar a direita nas redes sociais. Sidônio e sua equipe já vêm tentando nos últimos dias desmentir informações a respeito da tributação sobre transações financeiras por meio do Pix.

Ao contrário do que circulou nas redes sociais, a medida não implica arrecadação adicional de impostos – mas os contribuintes devem ficar atentos porque movimentos atípicos podem gerar problemas para quem não declara corretamente os rendimentos.

Elogios ao governo, críticas ao Gol

Sidônio criticou mais uma vez a decisão do Meta de modificar a política de moderação de conteúdo por violar a soberania do país e incentivar um “Velho Oeste digital”. O novo ministro criticou o ambiente digital repleto de informações falsas.

“Mentiras em ambientes digitais, incentivadas pela extrema direita, criam uma cortina de fumaça na vida real, manipulam pessoas inocentes e ameaçam a humanidade. Este movimento aprofunda o negacionismo, a xenofobia e a violência racial e de género. Promove o revisionismo histórico na região do charlatanismo, que promete prosperidade imediata e abre caminho para uma cultura de ódio, cancelamento e individualismo”, disse ele.

“Para enfrentar esse movimento macabro, não basta apenas chamar um ‘marketer’, como você diz. Precisamos expandir a nossa concepção do papel da comunicação neste novo mundo. A comunicação está no centro dos maiores desafios do mundo e o nosso trabalho é compreendê-la na sua complexidade”, continuou.

Discurso de despedida

Em discurso ao deixar o cargo de ministro, Paulo Pimenta agradeceu a Lula a oportunidade de trabalhar como ministro e recapitulou sua carreira política como “petista raiz” desde a década de 1980.

Ele mencionou que esteve ao lado de Lula quando o presidente foi preso na Operação Lava-Jato, que acompanhou “milhões de petistas” que acreditavam que Lula sairia da prisão e que enfrentou nos primeiros dias do atual governo o tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.

Pimenta disse concordar com a decisão de Lula de mudar a comunicação do governo – e comparou a situação à de um clube de futebol cujo presidente demite o treinador por resultados abaixo do esperado.

“O presidente tem toda razão quando quer uma mudança na comunicação. E eu sou o técnico da Secom e reconheço a todos vocês e quero dizer que sempre tive carta branca para trabalhar aqui. As limitações do trabalho da Secom devem ser creditadas a mim”, disse.

Pimenta afirmou que reorganizou a Secom, citou o desafio de enfrentar informações falsas e afirmou estar “absolutamente convencido” de que a comunicação daria “um salto de qualidade” na gestão de Sidônio.