Enchentes provocam queda de 15,6% nas vendas da indústria gaúcha em maio

Enchentes provocam queda de 15,6% nas vendas da indústria gaúcha em maio


O volume de vendas das indústrias gaúchas foi mais impactado nos setores de insumos agrícolas, metal-mecânico e pneus e borracha.

Foto: CNI/Divulgação

O volume de vendas das indústrias gaúchas foi mais impactado nos setores de insumos agrícolas, metalmecânico e pneus e borracha. (Foto: CNI/Divulgação)

A terceira edição do Boletim Econômico-Tributário da Receita Estadual sobre os impactos das enchentes na movimentação econômica dos contribuintes de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no RS indica queda de 15,6% nas vendas da indústria em maio na comparação com no mesmo mês de 2023.

Entre os destaques da publicação estão os efeitos na emissão de notas fiscais e na arrecadação de impostos, além do panorama detalhado dos setores de agroindústria, alimentos e insumos agrícolas. O volume de vendas das indústrias gaúchas foi mais impactado nos setores de insumos agropecuários, com 39,1% a menos em maio, metalmecânico, com 24,4% a menos, e pneus e borracha, com 18,2% a menos.

Os segmentos têxtil e de vestuário, com 17,2% a menos, e madeira, cimento e vidro, com 16,1% a menos, também apresentam desempenho pior que a média geral da indústria gaúcha em relação ao mesmo período do ano anterior (- 15,6%). Apesar disso, todos os setores analisados ​​já dão sinais de recuperação após o momento mais crítico da crise meteorológica – a queda média geral foi de -37,3% na primeira semana do mês.

Por região do Estado, as maiores perdas são observadas na Fronteira Noroeste (-63,2%), no Alto do Jacuí (-28,6%), no Vale do Rio dos Sinos (-26,2%), no Vale do Taquari (- 26,0%) e Vale do Caí (-25,9%). A Região Metropolitana apresenta taxa negativa de 21,2% na comparação das vendas da indústria em maio de 2024 e 2023.

Repartição setorial

A terceira edição do boletim aborda dados relativos a três setores da economia gaúcha: agroindústria, alimentos e insumos agrícolas. Dos 1.300 estabelecimentos do agronegócio que contribuem com ICMS, 89% deles estão em municípios atingidos (24% em estado de calamidade e 65% em estado de emergência). Eles respondem por 88% da receita do setor. Destes, 12% estão em áreas alagadas, representando 15% da receita setorial. O volume de vendas em maio em relação ao mesmo período de 2023 caiu 9,9%.

No setor alimentício, a queda no volume de vendas foi menor: 5,3%. As perdas estão concentradas nas regiões do Vale do Taquari, com menos 31,6%, e Vale do Rio dos Sinos, com menos 26,1%. Dos 8.300 estabelecimentos do setor, 92% estão em concelhos afetados (50% em estado de calamidade e 42% em estado de emergência). Eles respondem por 94% da receita do setor. Destes, 18% estão em áreas alagadas, representando 33% da receita setorial.

O setor de insumos agropecuários, por sua vez, é o mais afetado entre todos os analisados, com volume de vendas 39,1% menor em maio. A perda foi puxada principalmente pela Região Sul (que concentra mais da metade das vendas e apresentou redução de 35,9%) e pelo Vale do Rio dos Sinos, com redução de 63,8%. Dos 2,8 mil estabelecimentos do setor, 84% estão em concelhos afetados por cheias (22% em estado de calamidade e 62% em estado de emergência). Eles respondem por 74% da receita do setor. Destes, 9% estão em áreas alagadas, representando 18% da receita setorial.