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A Editorial Sul
| 12 de janeiro de 2025
Integrantes da Corte avaliam que STF e TSE voltarão a estar em evidência no próximo ciclo eleitoral.
Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
Integrantes da Corte avaliam que STF e TSE voltarão a estar em evidência no próximo ciclo eleitoral. (Foto: Antônio Augusto/Secom/TSE)
O ministro Edson Fachin assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro, repetindo a parceria que teve no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 com Alexandre de Moraes, futuro deputado da Corte. Na opinião dos ministros, o cenário político acirrado torna a experiência dos magistrados na mais recente disputa presidencial um atributo necessário para as eleições de 2026, quando continuarão no comando da instância máxima do Poder Judiciário.
Integrantes da Corte avaliam que STF e TSE voltarão a estar em evidência no próximo ciclo eleitoral. Assim, a liderança exercida por ministros que reúnem características distintas é vista como importante para frear movimentos como as tentativas de anistia dos condenados do 8 de janeiro ou a reversão da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Auxiliares de Justiça que acompanharam a presidência de Fachin e a vice-presidência de Moraes relatam que a parceria dos ministros foi sólida e funcionou “em sintonia”, apesar dos estilos diferentes. Enquanto Fachin é conhecido pelo perfil reservado e técnico, com viés acadêmico, Moraes é visto como um ministro de estilo direto e de maior articulação política. Por isso, a aposta nos bastidores do Supremo é que o protagonismo entre eles será dividido —e que o futuro presidente dividirá certas responsabilidades com o vice-presidente.
Atual vice-presidente do Supremo, Fachin deverá ser eleito para comandar a Corte seguindo a tradição de que o cargo seja sempre ocupado pelo ministro mais antigo que ainda não ocupou o cargo. A eleição para o cargo máximo do STF, bem como para o cargo de deputado, é realizada pelos membros do tribunal por meio de voto secreto, conforme previsto em regimento interno. Dez anos depois de ter sido indicado ao Supremo Tribunal Federal pela ex-presidente Dilma Rousseff, chegará à presidência após uma atuação considerada discreta e técnica, mas não isenta de polêmicas.
Entre outras funções, é relator da Operação Lava-Jato. Fachin foi o responsável pela decisão que acabou anulando as condenações de Lula decorrentes da investigação. Ele avaliou que a 13ª Vara Federal de Curitiba, à época comandada pelo então desembargador Sergio Moro, não tinha competência para julgar os casos do tríplex do Guarujá (SP), do sítio de Atibaia (SP) e do Instituto Lula . A iniciativa do magistrado abriu caminho para que o petista fosse novamente considerado elegível.
Fachin é um dos ministros do Supremo contra quem Bolsonaro e seus apoiadores mais direcionam seus ataques. Em 2021, em meio à campanha do ex-presidente a favor do voto impresso, Fachin integrou uma força-tarefa ao lado do atual presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e de Moraes em defesa das urnas eletrônicas junto ao Congresso.
Foi durante a presidência de Fachin no TSE, em 2022, que as pressões do Ministério da Defesa no governo Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas começaram a se tornar públicas. Comandada por Paulo Sérgio Nogueira, a secretaria, por meio de uma série de ofícios, passou a insistir para que o tribunal adotasse sugestões feitas pelos militares em relação ao processo eleitoral —o que foi rejeitado pelo ministro do Supremo. Em maio daquele ano, Fachin chegou a dizer que as “forças desarmadas” eram as responsáveis pelas eleições.
Foi também no governo Fachin que se preparou o terreno para a atuação do TSE contra as fake news envolvendo o processo eleitoral. Ele foi o responsável por criar, com influência de Moraes, a Assessoria Especial de Combate à Desinformação, órgão que, nas eleições presidenciais, passou a investigar conteúdos considerados falsos. Moraes foi vice-presidente e assumiu a presidência em agosto de 2022.
Em 2023, durante o lançamento da foto oficial de Fachin na galeria dos ex-presidentes do TSE, Moraes disse que o colega poderia lançar um livro chamado “Cartas da República”, em referência às cartas recebidas do Ministério da Defesa, e elogiou a “calma e tranquilidade” de Fachin na condução das eleições. Nos bastidores do Judiciário, a dupla formada por Fachin e Moraes é vista como um amortecedor a qualquer possível manobra para tentar reverter a inelegibilidade de Bolsonaro no TSE. As informações são do portal de notícias O Globo.
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Ministro gaúcho Edson Fachin repetirá a “dobradinha” com Alexandre de Moraes no Supremo
12/01/2025
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