Polícia prende suspeito de participar de ataque a assentamento do MST em SP

Polícia prende suspeito de participar de ataque a assentamento do MST em SP



A Polícia Civil de São Paulo informou que prendeu neste sábado (11) um homem suspeito de ter participado do crime ataque a assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Tremembé (SP) que deixou dois mortos e seis feridos.

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A informação foi publicada pelo site G1 e confirmada à Folha pelo MST. Coordenador de movimentoGilmar Mauro disse ao repórter que foi informado da prisão. O homem foi levado para prestar depoimento, segundo o movimento. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não respondeu.

Segundo o G1, o delegado seccional de Taubaté, Marcos Ricardo Parra, afirmou em entrevista coletiva que o homem preso tem 41 anos e é identificado como o autor do ataque, nesta sexta-feira (10). Ele teria sido identificado pelas vítimas que estão internadas e por testemunhas.

A Polícia Federal também vai investigar o ataque ao assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP), no Vale do Paraíba. A determinação foi do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O coordenador do MST, Gilmar Mauro disse que o presidente Lula (PT) ligou para ele neste sábado para se solidarizar com as vítimas. Segundo ele, o petista prometeu que equipes da Polícia Federal se deslocariam ao local para acompanhar as investigações do crime.

Por volta das 23h desta sexta-feira (10), dez homens armados invadiram o assentamento no Vale do Paraíba e abriram fogo contra os moradores, segundo o Movimento Sem Terra.

Oito pessoas foram atingidas e levadas ao Hospital Regional de Taubaté e ao Pronto-Socorro de Tremembé, segundo informações do MST, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Dois não sobreviveram aos ferimentos: Valdir do Nascimento e Gleison Barbosa. As vítimas sobreviventes foram baleadas nos pés, nas mãos e nas costas, segundo Gilmar Mauro.

Ainda segundo o dirigente, o assentamento sofre tentativas de invasão devido à expansão imobiliária na região. “É uma tragédia anunciada, já entramos em contato com o Ministério Público e com a Justiça, mas nada aconteceu”, diz Mauro.

Segundo ele, o ataque foi precedido de um primeiro encontro, em que moradores expulsaram um invasor da área. Os colonos então se reuniram no mesmo local, na tentativa de impedir uma nova invasão, e foram fuzilados por um grupo armado.

O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma de fogo permitida para uso em serviço na Delegacia Seccional de Taubaté. Um homem foi abordado no local e acusado de posse ilegal de arma.

O assentamento Olga Benário tem 690 hectares – aproximadamente 960 campos de futebol – e está regularizado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) desde dezembro de 2005. Cinquenta e duas famílias residem no local.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ainda não comentaram o episódio.



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