BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (01/09) que o governo vetará trechos do projeto de ajuda estatal que impactam o resultado primário e, consequentemente, afetam o alcance da meta fiscal.
A proposta foi aprovada pelo Congresso e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem até a próxima segunda-feira (13) para vetá-la ou sancioná-la, integralmente ou com vetos parciais.
O governo vem realizando reuniões com a presença de Lula para discutir o texto aprovado. O tema é delicado, pois a proposta foi patrocinada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – Minas Gerais, estado pelo qual foi eleito, é um dos mais endividado.
“Tudo que tiver impacto primário será vetado. Foi um acordo preliminar com o Congresso Nacional. O Congresso quis renegociar, foi uma iniciativa do próprio Congresso, mas essa foi uma suposição do Tesouro”, disse Haddad, que não descartou a possibilidade de Lula “conversar com um ou outro parlamentar para tomar a decisão”.
O ministro não detalhou quais dispositivos aprovados pelo Legislativo se enquadram na situação de veto, mas indicou a lógica seguida pelos técnicos do governo.
“Tudo que reduz o peso da dívida daqui para frente não tem impacto primário. Tudo que afeta o estoque tem impacto primário. Então, tudo que tem impacto no estoque, pelo modelo que o Congresso criou, a recomendação é de veto”, disse. afirmou.
A renegociação da dívida do Estado foi uma bandeira de Pacheco, que defende a possibilidade de os Estados entregarem activos (como empresas estatais) à União em troca da redução do stock da dívida.
O Ministério das Finanças chegou a lançar uma proposta alternativa, denominada “Interesse pela Educação”, através da qual os estados teriam uma redução do peso da dívida em troca de mais investimento no ensino técnico.
O modelo foi criticado por economistas por prever o aumento dos gastos dos estados. Acabou sendo reformulado para uma versão mais flexível enquanto tramitava no Congresso.
“O Senado criou um projeto próprio, não foi o projeto do Tesouro, e o presidente [Lula] está ciente das diferenças”, disse Haddad.
O ministro reconheceu que, mesmo que sejam vetados dispositivos de impacto primário, a proposta impacta as finanças estaduais e federais. Os estados terão espaço para aumentar os gastos, mesmo sem novas fontes de receitas, e a União perderá receitas financeiras, o que ajuda a gerir a dívida pública. Não detalhou as estimativas do Ministério das Finanças, mas disse que o departamento irá divulgar os números.
Estimativa do economista Manoel Pires, coordenador do Centro de Política Fiscal e Orçamento Público da FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), indica um subsídio de R$ 48 bilhões por ano resultante do projeto, que pode chegar a R$ US$ 62 bilhões no primeiro ano. Isso reflete as cobranças que a União deixará de receber dos estados após a renegociação.
A aprovação do chamado Propag (Programa de Pagamento da Dívida dos Estados) gera preocupação entre os economistas, pois a redução dos juros da dívida dos estados com a União piora a situação fiscal do governo federal e, ao mesmo tempo, cria disponibilidade adicional de caixa de estados a aumentar os gastos, menos de dois anos antes das eleições de 2026.
Outro fator de risco é a expansão de novos empréstimos. Como mostrou a Folha de S.Paulo, o governo Lula liberou R$ 51,2 bilhões em novos empréstimos a estados e municípios em 2024, segundo levantamento feito com dados do Banco Central. O valor representa um aumento nominal de 18,1% em relação aos R$ 43,3 bilhões contratados em 2023 e consolida a mudança na política de financiamento dos governos regionais, impulsionada principalmente pelos bancos públicos federais.
Questionado sobre os números e sobre uma possível desaceleração nas concessões de crédito, Haddad disse que o governo poderá “rever esse tipo de distribuição de encargos”.
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“Acredito que a gente vai conseguir, com a reforma tributária, com a renegociação da dívida, rever esse tipo de distribuição de encargos, digamos assim. a partir do momento em que refazermos as contas sobre a responsabilidade federal, também terá que haver uma redistribuição do papel de cada ente federado em relação às suas próprias finanças. É uma renegociação que terá implicações”, disse. o oficial. ministro.
“Nada contra a descentralização de recursos, desde que também sejam reconsideradas as responsabilidades. Mas isso será feito com calma, porque os efeitos são de médio e longo prazo”, acrescentou.
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