01/08/2025 – 17:38
Saulo Cruz/Agência Senado
Ato pela democracia contou com a presença de diversas autoridades
Participantes do evento em defesa da democracia promovido pela Presidência da República nesta quarta-feira (8) destacaram que os atos golpistas de 2023 representaram um ataque à Constituição e ao povo brasileiro. O ato marcou dois anos dos ataques ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
A 2ª secretária da Câmara, deputada Maria do Rosário (PT-RS), sustentou que Brasília representa todo brasileiro e todo brasileiro que não recebeu a democracia como legado, mas sim conquistou esse direito com participação, trabalho e dedicação. O deputado afirmou ainda que todos gostariam que as manifestações de ódio e horror do dia 8 de janeiro nunca tivessem existido e defendeu punição para todos os envolvidos.
“Não podemos ser tolerantes com os intolerantes. Não podemos honrar o fascismo, o ódio político. Precisamos aprender com a história. E, se estamos aqui, é porque entendemos que quem tenta quebrar a democracia não deve ser leniente da nossa parte, não pode ser esquecido, porque o nosso primeiro objectivo é a Constituição, é a República, é a liberdade, é é o povo brasileiro”, disse Maria do Rosário.
Ainda para o presidente em exercício do Senado, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), o maior alvo dos atos golpistas foi a sociedade brasileira. Destacou que o 8 de janeiro representou o culminar de um movimento prolongado, de narrativas que desejavam o pior para o país, com o regresso da arbitrariedade, da tirania e da tortura.
“Ainda estamos aqui”
“Ainda estamos aqui para dizer que estamos vivos, e que a democracia está viva, ao contrário do que planejaram os golpistas de 8 de janeiro de 2023”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula também sustentou que, se o golpe tivesse sido bem-sucedido, muitos dos que ali estavam poderiam estar presos, sendo torturados ou mortos.
O Presidente da República destacou também o valor absoluto que atribui à democracia, único regime, disse, em que um torno mecânico pode tornar-se presidente de um país como o Brasil.
“Não é possível que ninguém imagine que exista uma forma melhor de governação, em qualquer parte do mundo, fora da democracia. A democracia é tão boa que permitiu que um mecânico sem formação universitária se tornasse Presidente da República na primeira alternância concreta de poder neste país. Isto só pode acontecer na democracia, não pode acontecer noutro regime.”
Saulo Cruz/Agência Senado
Representantes dos três Poderes participaram do evento
Punição
Luiz Inácio Lula da Silva também garantiu que todos que atacaram a democracia no dia 8 de janeiro serão punidos. “Todos pagarão pelos crimes que cometeram. Todos. Inclusive os que planejaram o assassinato do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do Tribunal Superior Eleitoral”, afirmou.
Lula destacou que todos terão amplo direito à defesa e direito à presunção de inocência. “Defendemos e sempre defenderemos a liberdade de expressão, mas não seremos tolerantes com o discurso de ódio, com as notícias falsas, que colocam em risco a vida das pessoas, e com o incitamento à violência contra o Estado de Direito.”
Prêmio Eunice Paiva
Durante a cerimónia em defesa da democracia, o presidente assinou um decreto que institui o Prémio Eunice Paiva de Defesa da Democracia. Eunice Paiva era esposa do deputado federal Rubens Paiva, cassado e preso durante a ditadura. Rubens Paiva desapareceu na prisão e seu corpo nunca foi encontrado. Eunice Paiva tornou-se defensora dos direitos humanos, especialmente dos povos indígenas, e símbolo da luta pela democracia.
Relatório – Maria Neves
Edição – Ana Chalub
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