Ministro Alexandre de Moraes afirma que redes sociais só permanecerão no Brasil se respeitarem as leis

Ministro Alexandre de Moraes afirma que redes sociais só permanecerão no Brasil se respeitarem as leis


Moraes fez discurso em que citou o papel das redes sociais nos ataques de 8 de janeiro de 2023

Foto: Antônio Augusto/STF

Um fator presente na maioria das investigações realizadas por Moraes é o longo prazo de tramitação. (Foto: Antônio Augusto/STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira (8) que as redes sociais só continuarão a funcionar no Brasil se respeitarem as leis vigentes no país, independentemente de “bravatas de líderes irresponsáveis”.

“Aqui no Brasil, nossa Justiça Eleitoral e nosso STF, ambos já demonstraram que esta é uma terra que tem lei. As redes sociais não são uma terra sem lei. No brasil, [as redes sociais] Eles só continuarão a funcionar se respeitarem a legislação brasileira. Independentemente da bravata dos irresponsáveis ​​gestores das grandes tecnologias”, afirmou.

A Meta, dona do Instagram, WhatsApp, Threads e Facebook, anunciou que está encerrando seu programa de checagem de fatos, começando pelos Estados Unidos. A empresa adotará “notas da comunidade”, nas quais os próprios usuários fazem correções — recurso semelhante ao implementado pelo X de Elon Musk.

Nesta quarta-feira, Moraes fez um discurso em que citou o papel das redes sociais nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando extremistas invadiram e vandalizaram a sede dos Três Poderes, em Brasília. O discurso ocorreu durante cerimônia que marcou o aniversário de 2 anos dos ataques, na sede do Supremo Tribunal Federal.

Segundo o ministro, as plataformas digitais contribuíram para a disseminação de discursos de ódio e movimentos golpistas, que culminaram nos ataques.

“No mundo todo não podemos falar, mas no Brasil tenho absoluta certeza e convicção de que o Supremo Tribunal Federal não permitirá que big techs e redes sociais continuem a ser utilizadas de forma intencional ou negligente, ou mesmo apenas com fins lucrativos, para discursos. de ódio, nazismo, fascismo, racismo, misoginia, homofobia e discursos antidemocráticos”, destacou o juiz.

Em agosto de 2024, Moraes ordenou a suspensão do acesso à rede social X no Brasil depois que a plataforma do bilionário Elon Musk descumpriu uma série de ordens judiciais brasileiras. Em outubro, X cumpriu as normas e voltou a operar no país.

A responsabilização das redes é objeto de julgamento no Supremo Tribunal Federal a partir de 2024. Até o momento, os relatores apresentaram propostas para responsabilizar as redes por conteúdos postados por terceiros, mesmo quando não há decisão judicial sobre o conteúdo.

Ou seja, questiona-se se esses aplicativos podem ser condenados ao pagamento de indenização por danos morais por não terem removido postagens ofensivas, que contenham discursos de ódio, notícias falsas ou prejudiciais a terceiros, mesmo sem ordem prévia do Tribunal nesse sentido. .

Os casos envolvem a aplicação de trecho do Marco Civil da Internet. A lei, que entrou em vigor em 2014, funciona como uma espécie de Constituição para o uso da rede no Brasil — estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para usuários e empresas.

Mudanças nas metas

O anúncio das mudanças foi feito nesta terça-feira (7) pelo presidente executivo da empresa, Mark Zuckerberg. Ele disse que os verificadores de fatos “foram muito tendenciosos politicamente e destruíram mais confiança do que criaram”.

E assumiu que, com o fim da verificação por terceiros, “menos coisas ruins serão percebidas” pela plataforma. “Mas o número de postagens e contas de pessoas inocentes que removemos acidentalmente também diminuirá.”

Além disso, o CEO da Meta afirmou, sem fornecer provas, que os ‘tribunais secretos’ na América Latina “ordenam a remoção silenciosa de conteúdo” nas redes sociais.

A fala foi interpretada por integrantes do governo Lula como um gesto indireto ao Supremo Tribunal Federal, que recentemente teve disputas judiciais com o dono da X, Elon Musk. Zuckerberg disse ainda que a empresa trabalhará com Donald Trump, que assume a presidência dos Estados Unidos no próximo dia 20. A informação é do portal de notícias g1.