Comissão aprova padronização de procedimentos de investigação de feminicídio – Notícias

Comissão aprova padronização de procedimentos de investigação de feminicídio – Notícias


01/07/2025 – 17:26

Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Reginete Bispo, relatora da proposta

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou, em dezembro, proposta que transforma em lei o Protocolo Nacional de Investigação e Perícia nos Crimes de Feminicídio, já previsto em portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública (340/20).

O objetivo do protocolo é uniformizar e uniformizar os procedimentos aplicados pelas polícias civis e órgãos oficiais de perícia criminal dos estados e do Distrito Federal nos crimes de feminicídio.

Segundo o texto, o protocolo orientará, no mínimo, a padronização de procedimentos relativos ao registro de boletim de ocorrência, investigação preliminar, investigações na cena do crime, procedimentos investigativos, tratamento de casos de mulheres desaparecidas, perícias e coleta de materiais.

O texto aprovado é o substituir da relatora, a deputada Reginet Bispo (PT-RS), ao Projeto de Lei 364/24, da deputada Lêda Borges (PSDB-GO).

“Procedimentos periciais bem conduzidos garantem a coleta de provas convincentes que possam identificar os autores dos crimes e garantir a punição adequada”, avalia Reginete Bispo.

“Nesse sentido, a existência de um protocolo nacional padronizado garante que todas as etapas do processo pericial sejam realizadas com o mesmo rigor, independentemente do local. Isto é essencial para garantir a justiça e evitar a impunidade, que tantas vezes perpetua o ciclo de violência”, acrescenta.

Mudanças
O projeto original estabelece que o conteúdo do protocolo deveria ser de conhecimento apenas dos policiais civis e dos órgãos forenses oficiais, mas o relator destaca que “a portaria (596/24) do Ministério da Justiça e Segurança Pública tornou público o acesso ao protocolo, ressaltando que a restrição de acesso prevista no projeto é, no mínimo, polêmica”.

“Reproduzir em lei, a meu ver, não seria conveniente, portanto”, concluiu. Ela excluiu este ponto do projeto.

Por outro lado, Reginet Bispo incluiu um artigo prevendo que o protocolo será atualizado a cada quatro anos.

Diretrizes
O texto aprovado prevê ainda que o Protocolo Nacional de Investigação e Perícia nos Crimes de Feminicídio deverá ser orientado pelas seguintes diretrizes:
– prioridade, sempre que possível, na instauração de investigações e na apuração dos crimes de feminicídio;
– preservação do local e das provas do crime;
– acolhimento da vítima e seus dependentes;
– preservação da dignidade das mulheres e das vítimas indiretas e salvaguarda da integridade física, psicológica e emocional dos envolvidos;
– capacitação permanente de servidores e profissionais que atuam em investigações e inquéritos relacionados ao feminicídio; e
– atuação integrada entre órgãos de segurança pública, Ministério Público, Poder Judiciário e rede de atendimento às mulheres em situação de violência.

Próximas etapas
A proposta será analisada em caráter conclusivopelos comitês de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e Constituição e Justiça e Cidadania. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada por deputados e senadores.

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Relatório – Lara Haje
Edição – Ana Chalub



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