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A Editorial Sul
| 6 de janeiro de 2025
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, afirmou que o partido discute vários cenários. (Foto: Reprodução TV)
Mergulhado em profunda crise, o PSDB iniciou negociações para uma possível fusão com o PSD, partido presidido por Gilberto Kassab. Desde o ano passado, quando perdeu os oito vereadores da capital paulista e levou ao fiasco com a campanha de José Luiz Datena – que obteve 1,84% dos votos na disputa para prefeito –, o tucanato concluiu que a definição de uma nova direção será inevitável para a sua sobrevivência.
Na última quinta-feira (2), o presidente do PSDB paulista, Paulo Serra, se reuniu com Kassab para discutir o assunto. “Tivemos uma boa conversa e essa questão da fusão do PSDB com o PSD está avançando muito”, disse Serra à Coluna do Estadão. “Precisamos crescer e fusão, incorporação ou federação podem ser alternativas”, acrescentou o dirigente, que é ex-prefeito de Santo André.
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, afirmou que o partido discute vários cenários. “Há uma divisão em termos de vontade política porque uma corrente quer a continuidade do PSDB e outras defendem a sua incorporação ou fusão num partido maior”, admitiu Perillo. “Analisaremos esse tema em fevereiro, assim que o Congresso reabrir.”
O PSDB faz parte de uma federação com o Cidadania desde 2022, mas vem se enfraquecendo a cada ano. Nos últimos tempos, tem enfrentado um emaranhado de disputas jurídicas. Na prática, o partido que já comandou a Presidência duas vezes (1994 a 2002), com Fernando Henrique Cardoso, e o governo de São Paulo por quase 30 anos, deu uma guinada à direita e rumou ao bolsonarismo.
A partir de 2022, o declínio ficou ainda mais evidente: os tucanos perderam importantes quadros, como o vice-presidente da República Geraldo Alckmin – que, meses antes da eleição daquele ano, migrou para o PSB – e o ex-chanceler Aloysio Nunes . “Foi um erro não ter lançado candidato à presidência em 2022″, argumentou Perillo.
Na última disputa municipal, o PSDB não conseguiu conquistar nenhum vereador em São Paulo ou Belo Horizonte, os dois maiores colégios eleitorais.
Depois do casamento falso com o Cidadania, marcado por atritos, o partido também estuda ampliar a federação, agora com o Solidariedade. As negociações com o PDT não foram adiante porque o partido é visto como muito alinhado ao governo Lula pela liderança tucana.
A fusão ou incorporação no PSD é neste momento o caminho que parece mais concreto, mas tudo ainda precisa de ser aprovado pelo Cidadania. Apesar das divergências internas, o novo arranjo – seja ele qual for – é considerado pelo PSDB como a única chance de superar a chamada “cláusula barreira” em 2026. Para superar esse obstáculo, todos os partidos precisam ter um número mínimo de de votos nas eleições para deputados federais. Só então eles têm direito a verba partidária e tempo de TV durante as campanhas.
A intenção da liderança do PSDB é lançar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, como candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para conseguir isso, porém, a sigla precisa se reinventar. É nesse cenário que entra o PSD de Kassab, hoje secretário de governo do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Diante de quadros tão valiosos como os do PSDB, em todo o Brasil, fica claro que o PSD tem especial interesse nesta abordagem, seja qual for o modelo”, afirmou Kassab. Em março, o partido começará a analisar projetos de candidaturas próprias e possíveis alianças.
Além de Leite, o PSDB tem apenas outros dois governadores: Raquel Lyra (Pernambuco) e Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul). Lyra, porém, negocia a filiação ao PSD.
Na campanha de 2022, após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), recusar o convite para ser candidato ao Planalto, Kassab viajou para Porto Alegre, na tentativa de convencer Leite a deixar as fileiras tucanas e ingressar no PSD. Ele se dispôs a apoiá-lo, mas o governador do Rio Grande do Sul – que havia perdido as eleições do PSDB para João Doria – rejeitou a oferta.
Agora, os líderes dos dois partidos admitem que, caso a fusão se concretize, Leite é uma opção. Existe, porém, o “fator Tarcísio”. Embora Kassab diga que o governador de São Paulo será candidato à reeleição em 2026, os movimentos podem seguir em outro rumo. Com a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), há movimentos contínuos da direita para lançar Tarcísio para suceder Lula. Bolsonaro não quer, mas tudo pode mudar depois. (Estadão Conteúdo)
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PSDB negocia fusão com PSD de Gilberto Kassab e aliança para disputar a cadeira de Lula em 2026
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