As plataformas de redes sociais passaram a fazer parte do Programa de Combate à Desinformação do Supremo Tribunal Federal. YouTube, Google, Meta — dona do Instagram, Threads e WhatsApp —, TikTok, Microsoft e Kwai assinaram ontem a adesão ao programa. São as primeiras redes a aderir à iniciativa do STF desde que foi implementada em 2021, com o objetivo de combater o compartilhamento de mentiras e desinformação.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, destacou que as big techs precisam ser parceiras da Corte no combate à disseminação de informações falsas. “Estas negociações não são fáceis, mas penso que chegámos a uma boa conclusão. E penso que é muito importante que as plataformas digitais se tornem parceiras no combate à desinformação, no combate ao ódio, no interesse da sociedade e, creio, no seu próprio interesse”, destacou.
O ministro destacou ainda que espera que o acordo firmado pelas big techs com o STF se torne o ponto de partida para diversas ações de parceria. “Espero que este seja o início de uma relação de cooperação entre a Justiça e as plataformas digitais no combate a uma das piores epidemias do nosso tempo – a da desinformação e da propagação do ódio. Espero que seja uma parceria que dê frutos e nos ajude a fazer um país e um mundo melhor”, sublinhou o ministro.
Na primeira fase, as empresas apenas confirmaram a sua participação no esforço contra a propagação de mentiras e distorções através das redes que gerem. Os termos e detalhes de como ocorrerá a moderação de conteúdo serão definidos posteriormente.
“Não podemos permitir que, por trás da tela da liberdade de expressão, se desenvolva uma sociedade em que ninguém possa mais acreditar no que vê. Esse é o esforço que une o STF e as plataformas digitais”, afirmou Barroso.
Avisos
O acordo com o Supremo prevê iniciativas para promover “ações educativas e de sensibilização para combater os efeitos negativos causados pela desinformação”. O documento estabelece ainda que a implementação do tratado ocorrerá “de acordo com o interesse e/ou área de atuação institucional do parceiro e dentro dos limites dos recursos e capacidades que o parceiro disponibiliza para a sua participação”.
Cento e dez instituições aderiram ao acordo, incluindo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A OX (antigo Twitter) não assinou o acordo e não enviou representante.
A plataforma pertence ao bilionário sul-africano Elon Musk, que atacou Moraes e o STF —ele disse que havia uma “ditadura do Judiciário” no Brasil. O bilionário sul-africano foi incluído, conforme investigado, num inquérito que trata de milícias digitais e ataques ao Supremo Tribunal.
Atualmente, o X não tem diretor no Brasil e a equipe no país foi reduzida. O governo federal também suspendeu todos os contratos de publicidade com a plataforma, sob o argumento de que ela incentiva a desinformação.
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