Vendas em maio ainda pouco afetadas pela catástrofe gaúcha

Vendas em maio ainda pouco afetadas pela catástrofe gaúcha


Em maio, os registos de automóveis e comerciais ligeiros foram 11,95% inferiores aos de abril, mas no acumulado do ano houve crescimento face a 2023
Foto: Edésio Ferreira/EM/DA Imprensa

Embora haja grande preocupação com as consequências das enchentes no Rio Grande do Sul, que comprometeram tanto a frota estadual quanto as vendas, há esperança de alguma recuperação ao longo do ano. As vendas de maio foram prejudicadas por um dia útil a menos e também pela tragédia no Rio Grande do Sul, cujo mercado representa cerca de 4% do total.

Na soma de automóveis e comerciais leves, as 183.214 unidades vendidas em maio foram 12% inferiores às de abril. Os números também refletiram a greve (já encerrada) na fábrica da Renault, em São José dos Pinhais (PR), já que cerca de 15 mil unidades deixaram de ser produzidas no mês passado.

Para José Andreta Jr, presidente da Fenabrave, “as condições de crédito favoráveis ​​mantiveram o mercado aquecido no restante do país, tanto em maio quanto nos primeiros cinco meses do ano, fazendo com que o cenário permanecesse positivo. Ainda é cedo para analisar o impacto do ocorrido no Rio Grande do Sul nas vendas anuais.” Em 2024, as vendas totais, que incluem caminhões e ônibus, somam 929.550 unidades, resultado 15% superior ao mesmo período de 2023.

A avaliação do consultor Marcelo Cavalcante também mostra uma forte queda de 23% nas vendas de veículos elétricos a bateria (BEV). Em maio, foram registradas 5.170 unidades, ante 6.700 em abril. Os híbridos completos (menos 3,3%) e os micro-híbridos (menos 3,4%) também diminuíram. Apenas os híbridos plugáveis ​​tiveram um crescimento modesto de 2,9%.

Porém, uma pesquisa recente do site Webmotors, considerando que 83% dos 3.000 entrevistados na pesquisa revelaram vontade de comprar ou trocar de carro este ano, a intenção de compra de veículos elétricos continua elevada. Na comparação com o primeiro semestre de 2023, passou de 1,6% para 7%. A preferência continua pelos híbridos, que passariam de 8,4% para 11%.

A intenção, porém, pode mudar, por exemplo, na direção dos micro-híbridos. Estes começarão a chegar em vigor no próximo semestre através da produção nacional da Fiat, com a vantagem de um preço bem inferior ao de um VEB. A BYD, que reduziu as vendas de BEVs e híbridos no mês passado, deve acelerar novamente. Contudo, a marca chinesa reviu a meta de 120 mil unidades (elétricas e híbridas) em 2024 para 100 mil.

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