Mãe de jovem baleada pela PRF desabafa: ‘Mais de 30 tiros’

Mãe de jovem baleada pela PRF desabafa: ‘Mais de 30 tiros’



Dayse Rangel, mãe de Juliana Leite Rangel, 26, se pronunciou após o ataque que deixou sua filha gravemente ferida na noite de terça-feira (24), véspera de Natal. A jovem foi baleada na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caxias, enquanto viajava com a família para a casa da irmã, em Itaipu, Niterói.

“Ela estava tão animada para o Natal, toda feliz, e agora está aí, entubada”, disse a mãe.

Dayse lembrou que a família estava passeando para comemorar o Natal, quando começaram os momentos de terror dentro do veículo. Ela revelou que, inicialmente, acreditava que o som dos tiros era apenas a explosão de fogos de artifício.

“Íamos dar um passeio de Natal, então começou um barulho. Cheguei até a falar para meu marido: ‘Deve ser uma bombinha, né?’. Mas, quando o vidro começou a cair sobre nós, percebemos que era um tiro”, disse ele, ainda em estado de choque.

A família tentou se proteger, mas Juliana não conseguiu se abaixar a tempo e foi atingida na cabeça.

Vários tiros foram disparados contra o carro

Segundo Dayse, a viatura policial se aproximou em alta velocidade e começou a atirar contra o veículo.

“Meu marido achou que eles queriam passar, mas quando demos espaço eles não passaram. Eles atiraram novamente. Foram mais de 30 tiros no nosso carro”, disse a mãe. Durante o ataque, o pai de Juliana, o mecânico Alexandre Rangel, também ficou ferido na mão.

A matriarca relatou que, ao parar o carro, tentou avisar aos agentes que havia uma família dentro do carro e gritou desesperadamente por socorro. “Eu disse: ‘Isso é família! Você atirou em nós! Mas eles não ajudaram. Quem ajudou minha filha foram dois bombeiros que chegaram depois. A polícia não sabia o que fazer”, disse ele.

Segundo ela, um dos policiais pareceu arrependido ao perceber a gravidade da situação: “Ele colocou a mão na cabeça, se jogou no chão e começou a bater no chão. Ele sabia o que tinha feito.”

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Juliana, que é agente comunitária, se emocionou com a comemoração com a família. “Ontem ela fez tudo comigo: pastel, frango, banana. Eu estava tão feliz. Agora ela está aí, entubada, e não sei o que vai acontecer com minha filha”, lamentou a mãe, pedindo justiça. “Eles destruíram minha família.”

Juliana foi levada ao Hospital Doutor Moacyr do Carmo e transferida para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, onde permanece internada em estado gravíssimo. Ela foi operada sem intercorrências, mas seu estado de saúde ainda requer atenção e acompanhamento.

Entenda o caso

Uma mulher de 26 anos, identificada como Juliana Leite Rangel, foi baleada enquanto estava em um veículo Siena prata, na Rodovia Washington Luiz, próximo a Duque de Caxias, na noite de terça-feira (24), véspera de Natal.

Segundo informações preliminares, os tiros foram disparados por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante uma tentativa de abordagem. A PRF informou que o caso está sendo investigado, mas ainda não deu detalhes sobre as circunstâncias do ocorrido.

Juliana, que era agente comunitária, foi atingida na cabeça e levada ao Hospital Doutor Moacyr do Carmo. Horas depois, ela foi transferida para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes.

Relato do pai da vítima

O pai da jovem, o mecânico Alexandre Rangel, revelou que achava que havia criminosos dentro da viatura da Polícia Rodoviária Federal e alertou as filhas sobre disparos de arma de fogo.

“Olhei pelo retrovisor; o veículo vinha de longe, em alta velocidade. Aí eu dei a flecha para eles passarem, mas eles não passaram; Eles já vieram atirando. Eles não se aproximaram de nada. Tanto que pensei que a Polícia Rodoviária, o carro, eram criminosos lá dentro. Aí eu disse às minhas filhas: ‘Abaixo, abaixo! Deite-se no fundo. Cheguei até a deitar, senão ia morrer”, explica Alexandre.

Enquanto a PRF investiga o caso, familiares e amigos seguem vigilantes pela recuperação de Juliana e aguardam respostas.

Posicionamento

Em nota, a PRF lamenta a morte de Juliana e afirma que está prestando assistência à família da vítima.

A corporação afirma ainda que abriu inquérito interno para apurar a morte da jovem e informa que os agentes envolvidos foram afastados. Confira a nota na íntegra:

“Na manhã desta quarta-feira (25), a Inspetoria Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília/DF, determinou a abertura de procedimento interno para apurar os fatos relacionados ao incidente da noite de ontem, na BR-040, em Duque de Caxias/RJ. Os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.

A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção Geral, a Coordenação Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana.

Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem na investigação do caso.”



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