Governadores e parlamentares reagem a decreto de Lula sobre uso da força policial

Governadores e parlamentares reagem a decreto de Lula sobre uso da força policial


Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

(Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)

O decreto publicado pelo Ministério da Justiça para regulamentar o uso da força por policiais em todo o país tornou-se alvo de críticas de governadores contrários ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na rede social X, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), disse que “o crime organizado comemora o grande presente de Natal recebido pelo presidente Lula”.

Caiado entende que o decreto garante mais liberdade de atuação aos criminosos, promove a rigidez das forças policiais e foca apenas nos crimes com menor potencial ofensivo.

“O decreto impõe aos Estados que, se não seguirem as orientações do governo petista para a segurança pública, perderão o acesso à segurança e aos fundos penitenciários. Isso é uma chantagem explícita contra os Estados, que acaba incentivando a criminalidade”, escreveu.

No mesmo tom crítico, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que as diretrizes estabelecidas pelo governo são inconstitucionais. Para Ibaneis, o decreto viola o artigo 144 da Constituição Federal, que define quais empresas integram as forças de segurança no Brasil.

“Interferência total. É uma pena que o governo federal, ou melhor, o presidente Lula, não conheça o seu lugar. Os estados são responsáveis ​​pela segurança pública”, afirmou.

Banco de bala

No Congresso Nacional, deputados da chamada bancada da bala, formada por políticos ligados às forças policiais, também reagiram ao decreto.

Segundo informações divulgadas pela CNN, os parlamentares criticaram o fato de o texto ter sido elaborado sem debates públicos ou discussão prévia com parlamentares.

Entenda o decreto

O decreto estabelece que o Ministério da Justiça terá competência para editar normas complementares, financiar, formular e fiscalizar ações relacionadas à atuação policial.

O decreto também especifica que a força deve ser utilizada pelos agentes apenas em casos de ameaça real ou potencial. Portanto, o uso de armas de fogo deve ser feito como último recurso.