Ministério Público resgata mais de 100 operários chineses em condições de escravidão na Bahia

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Uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 163 trabalhadores chineses nesta terça-feira (24). Eles trabalharam nas obras da fábrica de uma fabricante de carros elétricos, no município de Camaçari, localizado na Região Metropolitana de Salvador.

Segundo o MPT, os trabalhadores eram terceirizados por uma empresa chinesa e estavam em condições análogas à escravidão no alojamento da construção.

A fiscalização constatou que os trabalhadores dormiam em camas sem colchões e tinham um banheiro para cada 30 pessoas. No setor de alimentação foram encontradas panelas no chão, alimentos não refrigerados para serem servidos no dia seguinte, além de água servida diretamente da torneira, sem tratamento.

Os promotores também descobriram que os passaportes dos trabalhadores e parte dos salários foram retidos pela empresa terceirizada. Cerca de 60% dos valores foram confiscados e o restante foi pago em moeda chinesa para evitar o abandono do emprego.

“Se um trabalhador tentasse rescindir o contrato de trabalho após seis meses, ele sairia do país sem efetivamente receber nada pelo seu trabalho, pois o desconto no depósito, na passagem para o Brasil e no pagamento da passagem de volta, na prática, seria constituem confisco total dos valores recebidos pelos trabalhadores ao longo do vínculo empregatício”, informou o MPT.

Após o início da operação, a BYD informou que rescindiu o contrato com a empresa terceirizada responsável pela contratação dos trabalhadores. “A BYD Auto do Brasil reafirma que não tolera o desrespeito à legislação brasileira e à dignidade humana. Diante disso, a empresa decidiu rescindir imediatamente o contrato com a empreiteira”, declarou a empresa. As informações são do portal de notícias Agência Brasil.

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