Delação de Cid é mentirosa, diz defesa de Braga Netto

Delação de Cid é mentirosa, diz defesa de Braga Netto


A prisão do ex-ministro ocorreu no âmbito das investigações sobre uma tentativa de golpe

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A prisão do ex-ministro ocorreu no âmbito das investigações sobre uma tentativa de golpe. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

“A declaração do tenente-coronel (Mauro Cid), que serviu de base para a prisão do general Braga, é mentira, não é verdade, não está amparada em provas”, disse José Luiz de Oliveira Lima ao canal CNN. Ele é advogado do general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro, preso preventivamente no dia 14 de dezembro pela Polícia Federal (PF).

“A reportagem trazida a respeito do General Braga Netto nada mais é do que uma ficção de mau gosto, que não serve para nada e é mentira”, acrescentou a defesa do general.

A prisão do ex-ministro ocorreu no âmbito das investigações que investigam uma tentativa de golpe após as eleições de 2022. Braga Netto é suspeito de obstrução à justiça. Ele teria tentado obter dados do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de campo de Bolsonaro.

De acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão, os desdobramentos da investigação revelaram o “verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento” de Braga Netto nos planos golpistas.

Em comunicado de 5 de fevereiro de 2024, Mauro Cid confirmou que Braga Netto e “outros intermediários” contataram seu pai, o general Mauro Lourena Cid, por telefone para saber informações sobre a colaboração premiada.

Por conta disso, a Polícia Federal argumentou que a liberdade do coronel poderia representar um risco à ordem pública, pois ele poderia cometer novos atos de interferência na investigação.

A defesa de Braga Netto enviou petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reconsiderar a prisão do general nesta segunda-feira (23).

“O General Netto é militar reformado, sem histórico de desobediência a ordens judiciais ou condutas que justifiquem a adoção de medida tão severa. Além disso, não há indícios concretos de que ele represente risco à ordem pública, à aplicação do direito penal ou que comprometa investigações já concluídas”, argumenta a defesa.