Moraes diz que Daniel Silveira mentiu ao usar hospital como álibi

Moraes diz que Daniel Silveira mentiu ao usar hospital como álibi



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes decidiu manter o nova prisão do ex-deputado federal Daniel Silveira e disse que mentiu ao usar uma ida ao hospital como álibi para visitar outro endereço e violar medidas de precaução.

Silveira havia sido libertado na sexta-feira (20), após cumprir um terço da pena, mas foi preso novamente pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (24) por determinação do ministro, por não respeitar as condições estabelecidas para sua liberdade condicional.

Pela decisão de Moraes, Silveira saiu de casa às 20h52 do sábado (21) e foi para um condomínio em Petrópolis (RJ), onde permaneceu até as 21h30. De lá, o ex-deputado seguiu para um hospital, onde permaneceu das 22h16 às 0h44 de domingo (22).

Ao sair do hospital, ele retornou ao condomínio que havia visitado anteriormente, permanecendo lá até 1h54 e só depois seguindo para sua própria casa.

“Na audiência de custódia, realizada hoje pelas 11 horas, o condenado teve oportunidade de esclarecer os motivos do incumprimento das condições judiciais, tendo, no entanto, optado por omitir a sua real deslocação e a sua dupla permanência, pelo que preferiu manter a versão falsa”, diz a decisão de Moraes.

Nele, o ministro afirma que “o condenado apenas utilizou a ida ao hospital como verdadeiro álibi para o flagrante desrespeito às condições judiciais obrigatórias para a manutenção da sua libertação”.

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A defesa de Silveira justificou, em petição enviada ao Supremo antes da determinação de Moraes, que o ex-deputado sentiu “fortes dores nas costas” na noite de sábado e foi levado “com urgência ao hospital de Petrópolis, para exames médicos e medicação adequada”. .

Os advogados anexaram o prontuário de Silveira, que diz que ele foi à “unidade [hospitalar] devido à dor lombar com irradiação para o flanco e relata história de insuficiência renal”.

O advogado Paulo Faria, defensor de Silveira, disse que informou ao Supremo em agosto que o ex-deputado vinha sofrendo com dores nas costas devido a um problema renal. O primeiro alerta foi dado após Silveira ter passado por uma pedra nos rins. Na época, Paulo pediu a liberdade do ex-deputado devido ao seu problema de saúde.

A defesa de Silveira diz ainda que o ex-deputado “pegou muita chuva” para ir e voltar do hospital em Petrópolis, o que causou atrasos no trajeto. “A tornozeleira registrou tudo isso, então [Secretaria de Administração Penitenciária do Rio] tem todo o percurso”, finalizou Paulo.

A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio disse que, a pedido do STF, “comunicou ao Tribunal o auto de movimentação do monitorado, que continha violação dos padrões de monitoramento eletrônico definidos por decisão judicial”. O ex-deputado irá para Bangu 8, zona oeste do Rio de Janeiro.

Silveira foi condenado em 2022 a oito anos e nove meses de prisão, num primeiro regime fechado, pelos crimes de ameaça ao Estado democrático de direito ao promover ataques a ministros dos tribunais e incentivar atos antidemocráticos. Ele também é responsável por coação durante o processo.

No dia seguinte à condenação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu indulto ao então deputado. O ex-parlamentar também lançou candidatura ao Senado em 2022, pelo PTB-RJ, mas foi impedido de concorrer.

Em maio de 2023, o tribunal entendeu que houve desvio de propósito na concessão do indulto porque o ex-deputado era aliado político de Bolsonaro e anulou o indulto.



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