06/06/2024 – 15:47
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Deputados ouviram setores sobre adoção de regimes tributários diferenciados
Vários setores econômicos solicitaram aos deputados do grupo de trabalho que analisa a regulamentação da reforma tributária (PLP 68/24) ajustes no texto do projeto, mas, de modo geral, afirmam que as regras estão em consonância com o que foi pensado em a emenda constitucional. Duas audiências públicas esta semana ouviram 35 especialistas e representantes de setores específicos.
O setor de medicamentos criticou a criação de listas para estabelecer medicamentos que terão alíquota zero e aqueles que terão redução de 60% no novo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o IBS estadual e municipal, e na Contribuição sobre Circulação de Bens e Serviços, o federal CBS. Reginaldo Arcuri, presidente do grupo FarmaBrasil, disse que o setor espera uma alíquota reduzida, mas 45% dos medicamentos consumidos terão alíquota plena, segundo o projeto.
O setor de dispositivos médicos afirmou ainda que a lista constante no texto deixa de fora os produtos. O setor defende que o projeto conceda alíquota reduzida para todos os dispositivos médicos reconhecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Leonardo Alvim, coordenador de um dos grupos que elaboraram o projecto no Executivo, disse que as listas estão na acepção da alteração constitucional (EC 132/23) e explicou que a lista de dispositivos médicos poderá ser revista anualmente. Segundo ele, é preciso ter algum controle sobre o que terá benefícios fiscais.
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Átila Lira defendeu academias: “incentivo ao condicionamento físico”
Audiovisual
André Moreira, da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, afirmou que os serviços de streaming só têm alíquota reduzida na proporção do conteúdo nacional que transmitem. Segundo ele, as três principais empresas transmitem menos de 5% do conteúdo nacional.
“Quem ganha no final do dia? Cultura nacional. Quem ganha no final do dia? A construção da nossa identidade está em risco porque estas empresas, por razões económicas óbvias, não fazem nada de errado; mas apenas transmitem aqui a imagem e semelhança de uma cultura que não é a nacional”, disse.
Ginásios
Emerson Casali, da Associação Brasileira de Academias, disse que ficou surpreso porque o projeto não trouxe redução de impostos para as academias. Segundo ele, a emenda constitucional fala em “atividades esportivas”, mas apenas clubes esportivos e escolas esportivas foram incluídas no projeto.
O deputado Átila Lira (PP-PI) disse ser a favor do pedido das academias. “É importante conseguirmos trazer essa neutralidade ao condicionamento físico, para que possamos incentivar a prática esportiva e também, consequentemente, a saúde.”
Outros produtos
A indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos também pediu tratamento diferenciado e citou o papel dos protetores solares e repelentes na saúde pública. O sector das agências de comunicação disse que apenas os serviços prestados ao sector público estavam sujeitos a redução tarifária.
João Pedro Nobre, do Ministério das Finanças, esclareceu que o benefício da isenção fiscal IPI Isso é ICMS que existe hoje para compra de automóveis por pessoas com deficiência, portadores de Transtorno do Espectro Autista e taxistas está sendo ampliado. Isso porque, no caso do IPI, ele se dará no Imposto Seletivo. E no caso do ICMS será dado em IBS; mas também na CBS.
Relatório – Silvia Mugnatto
Edição – Georgia Moraes
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