O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira (23/12) o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares. O juiz também determinou que a Polícia Federal (PF) abra inquérito para apurar a liberação desse valor.
A decisão do ministro atende a um pedido do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). O partido entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal na última terça-feira (17/12) para pedir a anulação de ato do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), que amplia o controle pessoal da diretoria de dirigentes e dirigentes partidários sobre o destino das alterações parlamentares.
“A carta confidencial articulada pelo presidente da Câmara com o apoio de uma série de lideranças partidárias conseguiu a inclusão direta de 5.449 indicações de emendas que não foram registradas em ata nem passaram por deliberação formal, conforme exige o regimento. chegar a R$ 4,2 bilhões”, argumentou o PSol.
Segundo o Portal da Transparência, as emendas são “um instrumento que o Congresso Nacional pode utilizar na fase de avaliação legislativa para influenciar o processo de elaboração do orçamento anual. Tais emendas podem acrescentar, excluir ou modificar determinados itens (itens) do projeto de lei orçamentário enviado. pelo Executivo”.
Na decisão, o ministro Flávio Dino afirmou que “não é compatível com a ordem constitucional, notadamente com os princípios da administração pública e das finanças públicas, a continuidade deste ciclo de denúncias, nas tribunas das Casas do Congresso Nacional e nas a mídia, sobre obras de má qualidade identificadas em auditorias de Tribunais de Contas e Controladorias, malas de dinheiro apreendidas em aviões, cofres, armários ou jogadas pelas janelas, diante de repetidas ações policiais; e operações policiais do Ministério Público”.
“Tal degradação institucional constitui uma série inaceitável de inconstitucionalidades, exigindo a atuação perseverante do Supremo Tribunal Federal”, acrescentou o juiz.
Por meio de emendas parlamentares, deputados e senadores podem opinar ou exercer influência na destinação de recursos públicos com base nos compromissos políticos que assumiram durante o mandato.
Imposição de alterações
Em agosto, Flávio Dino suspendeu todas as alterações obrigatórias apresentadas por deputados federais e senadores ao orçamento da União, até que o Congresso promulgasse novos procedimentos para que a liberação dos recursos atenda aos requisitos de transparência, rastreabilidade e eficiência.
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São alterações impositivas todas as alterações individuais de transferência especial (PIX), alterações individuais de transferência com finalidade definida e alterações de bancada.
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